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É hoje que o Planeta Terra esgota os recursos naturais. E agora?

Em 1997, a data era final de setembro. Em 2018, a data é 1 de agosto. Ora, tal simboliza uma urgência na alteração de comportamentos ambientais de todos e de cada um. "Não podemos pensar que a nossa ação vai representar muito pouco. Não é desculpa", sublinha Francisco Ferreira, da associação Zero.

É hoje que o Planeta Terra esgota os recursos naturais. E agora?
Notícias ao Minuto

11:45 - 01/08/18 por Notícias Ao Minuto

País Ambiente

O dia em que o Planeta Terra esgota os recursos naturais para um ano chega cada vez mais cedo. Este ano chegou um dia mais cedo, face ao ano anterior. 

Hoje, dia 1 de agosto, é o dia que marca o momento em que nós, humanos esgotamos todos os recursos naturais disponíveis para um ano.

Em declarações ao Notícias ao Minuto, Francisco Ferreira, da Zero, adverte que estes dados devem traduzir ações políticas à escala mundial, não só ao nível dos países e dos municípios, mas também à escala dos cidadãos, uma vez que "há uma responsabilidade comum" para atuar na mudança de comportamentos com impacto ambiental. "Não podemos pensar que [a nossa ação] vai representar muito pouco. Não é desculpa", sublinha o responsável, que estabelece três conjuntos de prioridades/desafios: 

O primeiro diz respeito ao consumo de materiais, apostando numa economia circular onde efetivamente a utilização e reutilização de recursos é maximizada". E como? "Fazendo um esforço para comparar o que for realmente necessário, tendo em conta a sua durabilidade e evitando o desperdício". Nesse aspeto, também as empresas têm um papel crucial, devendo apostar em produtos resistentes e de longa durabilidade. 

A segunda grande prioridade passa pela redução do consumo de carne e peixe, cuja produção envolve elevados consumos de energia. Além disso, a produção de, por exemplo gado bovino, representa grandes emissões de metano para o ambiente.  "A bem da saúde, devemos reduzir esses consumos e, assim, reduzir a pegada ecológica", salienta Francisco Ferreira. 

Por fim, a terceira grande prioridade diz respeito à eficiência energética. "Acima de tudo, tudo o que possamos fazer em casa para a tornar mais eficiente, gastando menos energia possível", destaca,  lembrando, por exemplo, que nesta fase de calor devemos aproveitar as manhãs e as noites para abrir as janelas e durante o dia usar as persianas, procurando gerir a temperatura assim, ao invés de abusarmos no ar condicionado. No que diz respeito aos transportes, devemos apostar nos públicos e nos partilhados, como é o caso da rede de bicicletas partilhadas em Lisboa. Há "cada vez mais oportunidades de não usar o carro", sublinha. 

Colocando em prática estas ações, num esforço conjunto e à escala global, no próximo ano vamos esgotar os recursos naturais mais tarde?

"É muito difícil", responde o responsável da Zero, justificando isso com o facto de os recursos estarem muito mal divididos no Planeta. "Umas pessoas usam pouco, outras demasiado", constata. A par disso, o grande problema é o aumento da população mundal. "Temos o mesmo conjunto de recursos limitados para cada vez mais pessoas", acrescenta, lembrando, contudo, que isso não nos deve fazer 'baixar os braços'. 

A Zero sublinha que a data de hoje, que “passou do final de setembro em 1997 para o início de agosto em 2018, simboliza a pressão sem precedentes que a humanidade e as atividades humanas estão a exercer na natureza e nos seus recursos”.

Feitas as contas, atualmente “seriam precisas 1,7 Terras para sustentar o atual nível estimado de recursos necessários às atividades humanas”.

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