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Condenado a 12 anos de prisão por matar jovem junto à discoteca Luanda

O tribunal condenou hoje a 12 anos de prisão o jovem acusado de matar outro a tiro em março de 2017, junto à discoteca Luanda, em Lisboa, após uma discussão ocorrida anteriormente no interior do estabelecimento de diversão noturna.

Condenado a 12 anos de prisão por matar jovem junto à discoteca Luanda
Notícias ao Minuto

15:40 - 27/07/18 por Lusa

País Lisboa

Na leitura do acórdão, o Tribunal Central Criminal de Lisboa deu como provado, no essencial, a acusação do Ministério Público, mas condenou o arguido apenas por um homicídio simples -- com uma moldura penal mais leve - e não por homicídio qualificado, pelo qual estava acusado.

A presidente do coletivo de juízes, Ana Peres, sustentou que foi Gerson Varela o autor dos disparos que provocaram a morte de Hugo Carrilho, acrescentando, nomeadamente, que na posse do arguido foram encontradas munições do mesmo calibre das que causaram a morte da vítima.

Após leitura do acórdão, viveram-se momentos de tensão no interior da sala de audiência, pois os familiares e amigos do jovem morto, à data com 23 anos, revoltaram-se com a pena aplicada ao arguido. Houve gritos, insultos e uma das pessoas presentes arremessou uma garrafa de água na direção do arguido, o que levou à intervenção dos vários polícias presentes na sala.

Durante a retirada das pessoas da sala de audiências pela polícia, a mãe da vítima ficou magoada na perna e houve a necessidade de se chamar uma ambulância ao Campus da Justiça, que a transportou para o Hospital de São José, em Lisboa.

O tribunal justificou a alteração da qualificação jurídica do crime, passando-o de homicídio qualificado (punível de 12 a 25 anos de prisão) para homicídio simples (punível de oito a 16 anos de prisão), com as circunstâncias em que o crime ocorreu, num clima de conflito mútuo, fruto das rivalidades existentes entre os bairros da Quinta do Mocho e da Quinta da Fonte, no concelho de Loures.

A presidente do coletivo de juízes destacou que a maior parte da prova foi obtida de forma indireta, dando como exemplo os depoimentos dos inspetores da Polícia Judiciária, das testemunhas ou o facto de o arguido ter na sua posse munições do mesmo calibre das que mataram a vítima.

O arguido Gerson Varela, atualmente com 24 anos, tem antecedentes criminais porque já havia sido condenado em dois processos diferentes: um a pena suspensa num caso de agressões e o outro a uma multa por condução sem carta.

À saída do Campus da Justiça, o advogado da companheira do jovem morto, que se constituiu assistente no processo, afirmou que vai recorrer da decisão para o Tribunal da Relação de Lisboa.

"A pena é insuficiente, atenta a gravidade. Devia ter sido condenado a uma pena superior e vamos recorrer", disse Amândio Madaleno aos jornalistas, enquanto os familiares da vítima, Hugo Carrilho, abandonavam o tribunal em lágrimas.

O despacho de acusação do Ministério Público (MP), a que a agência Lusa teve acesso, conta que na madrugada de 18 de março, já no interior da discoteca, Hugo Carrilho deparou-se com Gerson Varela, "que residia no bairro da Quinta do Mocho, e com quem já tinha tido desentendimentos anteriores, sendo que existe uma forte rivalidade entre os habitantes do bairro da Quinta da Fonte (onde residia o arguido) e do bairro da Quinta do Mocho, ambos situados no concelho de Loures.

A vítima tinha-se deslocado na companhia de dois amigos para a discoteca, na zona de Alcântara, onde iria decorrer uma festa, com a presença de vários DJ.

Arguido e vítima "entraram em discussão por razões não concretamente apuradas", mas os ânimos foram serenados por seguranças.

O MP sustenta que Gerson Varela saiu depois da discoteca e "muniu-se de uma arma de fogo, provavelmente, um revólver de calibre .22, a fim de abordar Hugo Carrilho, quando este saísse da discoteca, o que viria a acontecer".

"O arguido Gerson Lopes Varela seguia à frente no grupo e após cruzar-se com Ibraima Dajló, ainda sem que os seus acompanhantes se tivessem cruzado com este último, disparou pelo menos cinco vezes em direção a Hugo Carrilho, utilizando para tal o revólver de calibre .22, carregado", relata o MP.

Logo de seguida, acrescenta a acusação, "foram disparados tiros" com uma arma de fogo de calibre 6.35 milímetros "que atingiram o arguido" e Adquel Cruz, tendo ambos recebido tratamento hospitalar.

Perante os ferimentos, dois amigos da vítima transportaram-na para o hospital, mas no percurso avistaram uma ambulância, tendo parado a viatura em frente à mesma, que levou depois a vítima para o Hospital de São Francisco Xavier, onde acabaria por morrer.

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