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Plataforma Transgénicos recebeu 55 inscrições para análise a glifosato

A Plataforma Transgénicos Fora recebeu 55 inscrições, cinco das quais referentes a crianças, para a realização de análises com o objetivo de detetar na urina a presença de glifosato, um pesticida considerado potencialmente cancerígeno, segundo a organização.

Plataforma Transgénicos recebeu 55 inscrições para análise a glifosato
Notícias ao Minuto

13:36 - 23/07/18 por Lusa

País Fora

"Temos exatamente 55 inscritos, dos quais 50 são adultos e cinco [são] crianças", refere a Plataforma, em resposta à agência Lusa.

A maior parte das inscrições são do Grande Porto, com 19 casos, e da Grande Lisboa, com 14, seguindo-se os distritos de Santarém e de Castelo Branco, com três cada, segundo a organização.

Braga, Bragança e Setúbal contribuíram com duas inscrições cada.

A Plataforma Transgénicos Fora, tal como organizações ambientalistas, nomeadamente a Quercus, tem defendido a proibição da utilização do pesticida, usado na agricultura e nas localidades para acabar com as ervas daninhas. Promoveu a recolha de amostras de urina em Portugal para testar o nível de contaminação pelo glifosato, como já tinha feito numa outra ocasião.

No sábado, terminou o prazo para as candidaturas para a realização das análises, com um custo de 73,20 euros, a que acrescem cinco euros para o envio das amostras para um laboratório em Bremen, na Alemanha.

"Dos 50 adultos, há cinco que não pagam e fazem a análise de graça", refere a Plataforma, explicando que recebeu donativos que permitem esta oferta, que foi sorteada e para a qual havia 94 pessoas a manifestar interesse.

O objetivo é conseguir "uma espécie de mapa da contaminação em Portugal e, dessa forma, a comprovarem-se elevados valores de contaminação, exigir junto de autarquias e Governo que o uso de glifosato seja drasticamente reduzido e progressivamente substituído por alternativas que não prejudiquem a saúde e o ambiente", explica Margarida Silva, uma das coordenadoras do grupo.

Em 2016, a Plataforma Transgénicos Fora conseguiu reunir donativos e foram analisados 26 voluntários (22 da região do Porto e quatro de Tomar). Os resultados acusaram uma contaminação 20 vezes superior à média de outros países da União Europeia, mas não se encontraram explicações para os valores.

"Ninguém sabe porque estamos tão contaminados, pode ser dos alimentos, da água ou outra coisa. Mas também não parece haver pressa e interesse em saber", lamentou Margarida Silva.

Em abril, a Comissão Europeia apresentou uma proposta para tornar mais transparentes os processos de avaliação científica em matéria da segurança alimentar, conforme o compromisso assumido na sequência da polémica em torno do uso de glifosato.

O compromisso de rever as regras de avaliação científica de uma substância foi assumido no mesmo dia em que a Comissão aprovou a renovação da licença do glifosato, após dois anos de disputa sobre o uso do herbicida.

Em 6 de outubro de 2017, foi apresentada à Comissão uma iniciativa de cidadania europeia intitulada "Proibição do glifosato e proteção das pessoas e do ambiente contra pesticidas tóxicos", com declarações de apoio de 1.070.865 cidadãos europeus.

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