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Municípios devem trabalhar para adaptação às alterações climáticas

O presidente do Conselho Metropolitano do Porto (CmP), Eduardo Vítor Rodrigues, defendeu hoje que cada um dos 17 municípios da região deve trabalhar, localmente ou a nível intermunicipal, para se adaptar às alterações climáticas.

Municípios devem trabalhar para adaptação às alterações climáticas
Notícias ao Minuto

12:28 - 20/07/18 por Lusa

País AMP

"Todos nós temos obrigação de descer a escala e, do ponto de vista municipal ou intermunicipal, fazer um trabalho de aproximação dos resultados [do estudo hoje apresentado sobre alterações climáticas na região] a práticas concretas", afirmou o também presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, na cerimónia de apresentação do Plano Metropolitano de Adaptação às Alterações Climáticas da Área Metropolitana do Porto (AMP).

O autarca disse "assumir o compromisso" de motivar todos os municípios da região para "introduzir estes novos assuntos, que são ao mesmo tempo novas questões sociais", na agenda política.

Afirmando que o paradigma das autarquias está a mudar "das rotundas, de obras de mais infraestruturação, para um conjunto de dimensões imateriais", Eduardo Vítor sublinhou a importância de "levar à prática ações de sensibilização sobre esta temática das alterações climáticas".

A inexistência de uma rede consistente de monitorização climática na AMP pode pôr em causa qualquer medida que a região venha a adotar para se adaptar às alterações climáticas, foi hoje revelado.

O presidente do CmP considerou que este plano é "um instrumento de trabalho, de diagnóstico e de compreensão dos fenómenos [climáticos] que, apesar de estarem na agenda, são muito desconhecidos".

"É um ponto de partida para um novo trabalho", frisou.

O Plano Metropolitano de Adaptação às Alterações Climáticas (PMAAC), apresentado esta manhã numa sessão pública em Gaia, "procura estabelecer um roteiro estratégico que facilite a adaptação da AMP aos riscos climáticos, que coloque definitivamente as ameaças decorrentes dos riscos climáticos na agenda dos políticos, dos planeadores, e que crie um público" comprometido com o problema.

O documento propõe ações e estratégias para adaptação aos riscos climáticos "atuais e futuros", como a realização de "cartas de zonamento climático local para cada um dos 17 municípios da AMP", o "usar a saúde e qualidade de vida como a motivação para mudar de paradigma", identificando os grupos mais vulneráveis aos eventos extremos e melhorando a acessibilidade (física e económica) aos cuidados de saúde ou estimulando estilos de vida saudáveis.

Propõe ainda uma "coordenação política", através da criação de redes de interesse comum para a adaptação aos riscos climáticos independentemente dos limites administrativos e que se dotem os serviços de proteção civil de conhecimento atualizado e fiável no domínio dos riscos climáticos.

"Motivar a concertação intermunicipal para financiar o diagnóstico e a ação no domínio dos riscos climáticos" e "atrair o conhecimento científico ao processo de decisão política" são ainda propostas feitas no âmbito da coordenação política.

Na apresentação do plano, a coordenadora, Ana Monteiro, referiu que a inexistência da rede de monitorização "é uma lacuna impeditiva de conhecer" a realidade climática "dentro da AMP", região que "tem um conjunto de 'nuances' geográficas que propicia situações climáticas distantes".

Disse ainda que "não há limites administrativos compagináveis com os riscos de ventos fortes, seca ou calor intenso ou extremo", por exemplo, revelando que, de acordo com o estudo realizado, no concelho do Porto, por exemplo, começa-se a adoecer e morre-se com cinco graus" centígrados.

A responsável considerou fundamental "perceber o zonamento climático local" para que cada pessoa perceba como se adapta aos riscos climáticos da sua zona/área, defendendo ser importante "olhar para os factos à medida, tendo em conta as características geográficas".

"Não podemos evitar os riscos na maioria dos casos" de situações extremas que ocorrem, mas é possível "perceber o risco, a ameaça, e sermos capazes de sentir que somos corresponsáveis".

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