Expectativa criada sobre resolução de problemas da PSP saiu gorada
A Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP) afirmou hoje que o Governo criou "alguma expectativa" na resolução dos problemas que afetam a polícia, mas adiantou que essa expectativa saiu gorada.
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"A verdade é que até ao momento, ao nível das infraestruturas, os problemas que tínhamos, continuamos a ter salvo uma ou outra exceção. As viaturas, o problema mantém-se, a questão do 'hardware' e do 'software' está pior agora. No fundo, a expectativa foi criada efetivamente e, neste momento, está a ser gorada porque não vemos que essa expectativa se esteja a aplicar na prática e é isso que nos revolta um bocado", afirmou o presidente da ASPP/PSP, Paulo Rodrigues à margem da tomada de posse dos novos delegados distritais dos Comandos da PSP de Castelo Branco e da Guarda.
"Infelizmente continuamos a bater, praticamente, em assuntos que são quase crónicos. Ao nível do efetivo, falta do efetivo, o efetivo a envelhecer, a falta de viaturas adequadas para desenvolver o trabalho policial, as questões dos computadores, hoje em dia a polícia funciona muito de acordo com aquilo que é a sua capacidade informática", disse.
Segundo Paulo Rodrigues, não se está a falar de coisas que acontecem e que não estão previstas, mas sim de situações que todos sabiam ser necessárias, nomeadamente, no que diz respeito aos problemas informáticos e de acesso ao Sistema Estratégico de Informação (SEI), que permite controlar e gerir toda a atividade operacional diária da PSP, incluindo registos de ocorrências e identificação de suspeitos.
"É que hoje, tudo passa pela parte informática. Quando não temos 'hardware' suficiente ou não temos 'hardware' que suporte o 'software' para trabalhar com o Sistema Estratégico de Informação [SEI], quer dizer que estamos praticamente na idade da pedra novamente. Isto é extremamente grave (...). Infelizmente deixou-se chegar a este ponto", afirmou.
A direção nacional da PSP, que deixou recentemente a garantia de que "em momento algum a operacionalidade da PSP foi posta em causa" devido à falta de atualização do 'software' dos computadores, acrescentando que a situação está a ser resolvida.
Numa resposta enviada à agência Lusa, a direção nacional da PSP referiu que a situação "é conhecida e está a ser resolvida no quadro das disponibilidades e contingências existentes, sendo que em momento algum a operacionalidade da PSP foi posta em causa".
O responsável da ASPP/PSP afirmou hoje que a manter-se a atual situação na polícia, poderá estar em causa a segurança dos cidadãos.
"Isto é uma realidade. Muitas vezes não dizemos isto por uma questão de alarmismo. Mas, neste momento, sou obrigado a dizê-lo porque, pelos vistos, só os policias é que estão preocupados com isso (...). Isto começa a ser muito complicado", concluiu.
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