Meteorologia

  • 29 MARçO 2024
Tempo
11º
MIN 8º MÁX 15º

Precários da ciência protestam às portas de encontro sobre ciência

Envergando t-shirts pretas sinalizadas nas costas com um ponto de interrogação, cerca de uma centena de bolseiros de investigação científica pediram hoje, em Lisboa, respostas para a precariedade laboral em que se encontram a fazer ciência.

Precários da ciência protestam às portas de encontro sobre ciência
Notícias ao Minuto

18:25 - 04/07/18 por Lusa

País Lisboa

O protesto, promovido por sindicatos e associações, decorreu às portas do Centro de Congressos de Lisboa, onde hoje termina o encontro Ciência 2018, um evento que junta investigadores, empresas e políticos em torno da discussão de temas e desafios científicos.

"Heitor e Ferrão: não queremos mais exploração!" e "Heitor e Ferrão: queremos carreiras de investigação" eram duas das frases que titulavam alguns dos cartazes exibidos na concentração, numa referência ao ministro da Ciência, Manuel Heitor, e ao presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), Paulo Ferrão.

À Lusa, João Pedro Ferreira, bolseiro de pós-doutoramento e vice-presidente da Associação de Bolseiros de Investigação Científica, justificou o protesto com "o desagrado pelas expectativas criadas" com a legislação de estímulo ao emprego científico e o programa de regularização de vínculos laborais precários do Estado.

Segundo o dirigente e investigador, apenas "uma parte residual" de cientistas com bolsa foi contratada, com as instituições "a boicotarem" o processo e o Governo "a pactuar" com a situação.

João Pedro Ferreira lembrou que num encontro como o Ciência 2018, onde se faz "o balanço" da ciência produzida em Portugal, esse trabalho "tem sido feito pela precariedade" dos investigadores.

Ana Margarida Ricardo, bolseira do Instituto Superior Técnico, queixou-se da resistência das instituições científicas que "continuam a não abrir os concursos" para a contratação de investigadores-doutorados, que "acumulam bolsas há muitos anos".

Luís Miguel Marado, investigador no desemprego, foi ao protesto para "lutar pela ciência", pelos seus "recursos humanos", pela "regularização do seu funcionamento", pela "estabilidade laboral".

Sem bolsa nem contrato, aguarda pelos resultados do concurso de contratação individual de investigadores-doutorados, que o presidente da FCT, Paulo Ferrão, prometeu para julho, em declarações à Lusa horas antes da concentração.

Os bolseiros prometiam marcar presença na última sessão plenária do Ciência 2018, que será encerrada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, repetindo um gesto feito na terça-feira numa sessão concluída pelo primeiro-ministro, António Costa.

O protesto de hoje foi coorganizado por Associação de Bolseiros de Investigação Científica, Sindicato Nacional do Ensino Superior, Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, entre outros.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório