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Tutti Frutti: Um arrastão de buscas em partidos e câmaras de todo o país

Operação Tutti Frutti investiga suspeitas de corrupção passiva, tráfico de influências, participação económica em negócio e financiamento proibido. Buscas estenderam-se a várias zonas do território continental e Açores.

Tutti Frutti: Um arrastão de buscas em partidos e câmaras de todo o país
Notícias ao Minuto

08:45 - 28/06/18 por Melissa Lopes

País Corrupção

Esta quarta-feira ficou marcada pela operação Tutti Fruti – assim apelidada – que tem na mira partidos (PS e PSD Lisboa foram os ‘rostos’ mais visíveis), autarquias de Norte e Sul (incluindo a de Lisboa), passando pelos Açores, sociedades de advogados e sociedades. Em causa estão suspeitas de crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido.

Os primeiros alvos de buscas a serem noticiados foram a Distrital de Lisboa do PSD e a Concelhia do PS de Lisboa, mas, à medida que o dia avançava, se percebeu que a extensão da operação, noticiada pela Revista Sábado e confirmada posteriormente pela Procuradoria Geral Distrital de Lisboa, era maior. 

No âmbito da operação em curso foram feitas 70 buscas domiciliárias e não domiciliárias, tendo participado nas mesmas cerca de 200 investigadores. Estas envolveram a presença de três juízes de instrução, 12 magistrados do Ministério Público, peritos informáticos e financeiros e inspectores da Polícia Judiciária, com a colaboração da UNCC [Unidade Nacional de Combate à Corrupção] da Polícia Judiciária.

A investigação diz ter recolhido “fortes indícios” que permitiram apurar, "no essencial, que um grupo de indivíduos ligados às estruturas de partido político, desenvolveu entre si influências destinadas a alcançar a celebração de contratos públicos, incluindo avenças com pessoas singulares e outras posições estratégicas"

Tanto o PS como o PSD confirmaram as buscas realizadas ontem. "O PS colaborou em tudo o que lhe foi solicitado pelas autoridades", referiu à agência Lusa fonte oficial dos socialistas", disse fonte oficial do partido em declarações à Lusa.

Por seu turno, fonte do PSD disse, também à Lusa, que que estão a ser realizadas buscas na distrital de Lisboa e nas juntas de freguesia de Santo António, Estrela e Areeiro.  Segundo a mesma fonte, estão em investigação alegados "favorecimentos a militantes" do partido, "através de ajustes diretos", para a contratação de pessoal e a adjudicação de serviços a empresas ligadas ou controladas por dirigentes políticos do partido.

José Silvano, secretário-geral do PSD, por sua vez, esclareceu que “a investigação que está em curso é sobre factos anteriores à eleição deste líder e desta direção".

Em causa, refere a Sábado, estão suspeitas da prática de crimes económico financeiros decorrentes da contratação de pessoal e da adjudicação direta de serviços a empresas ligadas ou controladas por dirigentes políticos sobretudo do PSD. Um dos principais visados na operação, indica a revista, é o social-democrata Carlos Eduardo Reis, conselheiro nacional do PSD e ex-presidente da JSD de Braga que apoiou Santana Lopes nas últimas diretas para a liderança do partido.

Carlos Reis controla várias empresas que ganharam inúmeras adjudicações diretas de autarquias controladas pelo PSD e também pelo PS, acrescenta a Sábado

Câmaras envolvidas confirmam buscas

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, confirmou que foram efetuadas buscas nos serviços municipais no âmbito de um inquérito do Ministério Público, mas segundo o autarca "não tiveram como objeto diretamente" a Câmara.

Questionado sobre se tem receio de que o município possa vir a estar na mira das autoridades, o presidente da Câmara da capital foi taxativo: "Não tenho receio rigorosamente de nada". "No nosso país, cada instituição cumpre a sua função, funciona. E a nossa obrigação é colaborar com a justiça em tudo aquilo que pudermos ajudar para o apuramento da verdade e da justiça", salientou.

Entretanto, a revista Sábado publicou na edição online que os gabinetes de Medina, do vereador Manuel Salgado (Urbanismo) e do vice-presidente Duarte Cordeiro também foram alvo das buscas. Segundo o site, foram recolhidos elementos relativos a um "contrato-programa com o Belenenses para a construção de um Rugby Park e cópias de despachos de nomeações e contratação de assessores externos".

Ao longo da tarde, sucederam-se as confirmações das buscas da parte de autarquias envolvidas:  Santa Maria da FeiraGolegã, Arruda dos Vinhos, Barcelos, Póvoa do Lanhoso, Loures, Faro, Cascais, Esposende, Gaia, Famalicão e Ponta Delgada

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