Meteorologia

  • 28 MARçO 2024
Tempo
14º
MIN 11º MÁX 18º

Seis dirigentes com pena suspensa por recrutarem ilegalmente futebolistas

O Tribunal de Vila Nova de Famalicão condenou a penas de prisão, suspensas na sua execução, seis antigos dirigentes do Grupo Desportivo de Ribeirão, daquele concelho, por recrutarem ilegalmente futebolistas estrangeiros.

Seis dirigentes com pena suspensa por recrutarem ilegalmente futebolistas
Notícias ao Minuto

12:41 - 25/06/18 por Lusa

País V.N.Famalicão

Segundo nota hoje publicada na página oficial da Procuradoria-Geral Distrital do Porto, a pena mais pesada, de três anos e quatro meses, foi aplicada ao antigo presidente do clube Adriano Pereira.

Os seis antigos dirigentes foram condenados pelos crimes de angariação de mão-de-obra ilegal e de falsificação de documento.

Um agente desportivo igualmente arguido no processo foi condenado na pena de 9 meses de prisão, substituída por 270 dias de multa, à taxa diária de 8 euros.

O tribunal considerou provado que os factos ocorreram entre 2007 e 2014, período durante o qual os arguidos membros dos órgãos sociais do clube de futebol, em dois casos com a colaboração do arguido agente desportivo, recrutaram ilegalmente jogadores de futebol estrangeiros, nomeadamente de países sul-americanos e africanos, para posterior contratação e inscrição em provas de futebol organizadas em Portugal.

A ilegalidade relacionava-se com o facto de aqueles jogadores não possuírem autorização de residência ou visto que os habilitassem ao exercício de atividade profissional.

Além disso, a sua inscrição fiscal ou era feita tardiamente ou pura e simplesmente não existia.

Em causa no processo estavam 38 futebolistas, oriundos do Brasil, Mali, Burkina Faso, Bolívia, Nigéria e Guiné-Bissau.

No processo, eram ainda arguidos um segundo agente desportivo, um empresário e o futebolista Ansumane Faty, que foram absolvidos.

Os futebolistas entravam em Portugal na qualidade de "turistas", com vistos de curta duração, mas acabavam por ficar e ser contratados por vários clubes.

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), que investigou o caso, apreendeu documentação que dá conta de contratos com ordenados que oscilavam entre os 300 e os 10 mil euros mensais.

Segundo o tribunal, a intenção dos autores do esquema seria, além da fuga aos impostos e às despesas com a legalização, obter "avultados proveitos", resultantes da transferência dos futebolistas para outros clubes.

Há registos de transferências que terão rendido 25 mil e 70 mil euros.

No aeroporto, perante elementos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), elementos da direção do Ribeirão assinavam termos de responsabilidade, assegurando que os futebolistas não iam exercer qualquer atividade profissional em Portugal, remunerada ou não.

Posteriormente, os mesmos elementos assinaram os contratos dos futebolistas com o clube.

O Grupo Desportivo Ribeirão "fechou" em agosto de 2005, com uma dívida avaliada em um milhão de euros.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório