Conselho de tauromaquia mostra "desespero" por contestação social
A associação Animal considera que a criação de um Conselho Internacional de Tauromaquia mostra que os aficionados dos 3 países europeus onde a prática é legal -Portugal, Espanha e França - estão desesperados pela contestação social.
© Reuters
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"A criação desta instituição vem, uma vez mais, demonstrar o desespero do setor tauromáquico, que enfrenta, cada vez mais, contestação social em todos os 8 países onde ainda é legal", refere a associação de defesa dos animais, em comunicado hoje divulgado.
Três organizações do setor da tauromaquia de Portugal, Espanha e França assinaram na terça-feira, em Madrid, um protocolo de cooperação em defesa dos valores culturais da tauromaquia, para delinear estratégias contra os movimentos opositores de corridas de touros.
O acordo foi feito entre a PróToiro (Portugal), a Fundação do Touro de Lide (Espanha) e o Observatório Nacional das Culturas Taurinas (França).
Para a Animal, que coordena a Rede Internacional para a Abolição da Tauromaquia, a criação deste organismo é "apenas uma reação ao inevitável" já que, além de organizações, há cada vez mais cidadãos a pedir a abolição da prática.
"Além do que já vamos lendo e escutando nos seus fóruns privados e que prova quão bem os defensores da tauromaquia sabem que esta atividade está a acabar por conta da crescente objeção social, o que foi agora dito aquando da criação do CIT, só mostra, uma vez mais, a sua aflição", afirmou a presidente da Animal, Rita Silva.
A responsável contestou ainda declarações feitas pelo representante do Observatório Nacional das Culturas Taurinas (França), André Viard, nas quais prometeu levar a tribunal qualquer político que tentasse proibir touradas.
A posição, refere a associação Animal, demonstra "falta de compreensão do significado de democracia e da liberdade que a comunidade política tem de propor alterações legislativas".
Para Rita Silva, querer levar a tribunal alguém que proponha uma alteração legislativa é "absolutamente surreal".
A Câmara da Póvoa de Varzim declarou, na quarta-feira, o concelho como "antitouradas", anunciado que, a partir de janeiro de 2019, serão proibidas corridas de touros ou outros espetáculos "que envolvam violência sobre animais".
Em nota publicada na sua página oficial, o município sublinhou que aquela decisão foi aprovada por unanimidade.
Na última semana, o presidente da Câmara, Aires Pereira, já tinha anunciado que a Praça de Touros da cidade vai ser transformada em multiúsos e deixará de receber touradas, logo depois de realizadas as duas agendadas para este verão.
A posição foi hoje contestada pela PróToiro - Federação Portuguesa de Tauromaquia, que garantiu que vai avançar com uma queixa em tribunal contra a Câmara da Póvoa de Varzim.
Em comunicado, a PróToiro refere que a decisão do executivo liderado por Aires Pereira representa "um ataque feroz à legislação, principalmente à Constituição da República Portuguesa".
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