"Portugal mudou irreversivelmente. Resta saber se mudou o suficiente"
Este domingo assinala-se um ano após a tragédia de Pedrógão Grande. Marcelo Rebelo de Sousa encontra-se na região e falou ao final desta manhã ao país, com uma mensagem sobre o passado, o presente e o futuro.
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País Presidentes
Um ano após a tragédia de Pedrógão Grande, Portugal volta os olhos para o país ferido pelas chamas. O Presidente da República, marcou também presença nas cerimónias que hoje decorrem para assinalar um ano dos incêndios.
Ali perto, a partir de Pedrógão Pequeno, na Sertã, já ao final desta manhã, Marcelo Rebelo de Sousa falou sobre a tragédia e sobre o ano que passou desde então. Falou de responsabilidades e do que já foi feito, mas também do que ainda falta fazer.
“Acho que os responsáveis estão a fazer - todos. Mas provavelmente ainda não chega. É preciso mais", defendeu Marcelo enquanto falava durante o Congresso Nacional dos Queimados.
Durante a sua intervenção, Marcelo falou de responsabilidade a vários níveis que o país teve de assumir, incluindo a “responsabilidade pela própria insensibilidade perante condições ou pressupostos que permitiram que aquilo que sucedeu fosse mais grave do que poderia ter sido noutras circunstâncias”.
O país, enalteceu, “assumiu essa responsabilidade. Saiu uma discussão. Assumiram os partidos no Parlamento, assumiu o Governo (…) assumiram as instituições públicas, sociais e privadas, que estiveram aqui desde a primeira hora mas que não largaram, que continuaram, que quiseram saber o efeito na vida de crianças e de jovens, que quiseram lançar novas iniciativas culturais, que perceberam que Portugal tinha de mudar”.
“Esse renascer”, destacou, “foi o mais importante, porque significou que Portugal mudou irreversivelmente. Resta saber se mudou o suficiente”.
Apesar de tudo, o presidente da República realça que não há dúvidas de que o país mudou e que “ passou a dar todo ele atenção ao que não dava” e a “mobilizar-se ainda mais do que sempre se mobilizou em torno desta causa”.
Por isso, “este renascer já começou. E sente-se que já começou na vida das pessoas”.
Marcelo disse ainda que há também “uma mistura de passado, de dor, de luto, de saudade e ao mesmo tempo de apelo à vida”.
O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, alastrou a concelhos vizinhos fazendo 66 vítimas e cerca de 250 feridos. As chamas levaram vidas mas destruíram também propriedades e empresas. Uns meses depois, em outubro passado, Portugal voltou a ver chamas a roubarem vidas.
Entre as duas tragédias a que se juntaram outras de menores dimensões, registaram-se 121 vítimas mortais em 2017 na sequência de incêndios florestais. Um ano após Pedrógão Grande, a tragédia é lembrada, em tributo aos que foram, mas também como sinal para o que país precisou e precisará de fazer – como realça Marcelo – para evitar tragédias semelhantes.
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