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Falta de enfermeiros pode pôr em causa serviços? "Não pode. Põe mesmo"

Ana Rita Cavaco acusa o Governo de falta de estratégia e de gestão na área da saúde.

Falta de enfermeiros pode pôr em causa serviços? "Não pode. Põe mesmo"
Notícias ao Minuto

12:05 - 11/06/18 por Melissa Lopes

País Ana Rita Cavaco

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, que está esta segunda-feira a visitar o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, afirmou estar preocupada com o funcionamento de serviços hospitalares devido à carência de enfermeiros.

Naquele hospital, como noutros no país, “já há uma carência de enfermeiros” e, com a chegada do dia 1 de julho, essa carência vai agravar-se, acentuou a responsável em declarações à RTP 3, mostrando-se preocupada com a não autorização para contratar os enfermeiros em falta.

“Não há autorização para contratar enfermeiros e, portanto, nós, às 14h30, temos uma reunião para perceber, se até ao dia 1 de julho não houver essa autorização, que camas ou que serviços é que o hospital está em condições de encerrar para poder garantir a segurança das pessoas e os cuidados”, revelou.

Questionada sobre se a não autorização para contratação de novos enfermeiros pode pôr em causa o funcionamento dos serviços, Ana Rita Cavaco foi perentória. “Não pode, põe mesmo”. Para a responsável, está em causa a sobrevivência dos doentes.

“Estou a falar de sobrevivência porque os estudos internacionais dizem que cada doente a mais a cargo de um enfermeiro aumenta dentro de um hospital a taxa de mortalidade em 7%, a taxa de reinternamento em 11% e que gastamos 58 milhões de euros por ano a combater infeções hospitalares que eram evitáveis se tivesse um número seguro de enfermeiros”.

“Este hospital, como outros no país, não está a conseguir cumprir esse mínimo [de enfermeiros para cada serviço] e esta situação vai-se agravar muito a partir do dia 1 de julho. Temos 12 mil enfermeiros a contrato individual de trabalho a 40 horas, significa que preciso de contratar mais 1.700 enfermeiros para o país todo para fazer face a esta diminuição. Essa autorização não existe por parte do Ministério das Finanças", disse ainda.

Quanto às horas extraordinárias, a bastonária adiantou que, no caso daquele hospital, está à espera que lhe digam, até à data de hoje, “quantos milhares de horas a mais é que têm”, sendo certo que até dezembro tinham mais de 100 mil horas a mais.

“Estamos a falar de 2 milhões a nível nacional. A médio prazo estamos a gastar mais dinheiro em horas extraordinárias do que a contratar os 3 mil enfermeiros por ano”, destacou Ana Rita Cavaco, acusando o Governo de falta de gestão e de estratégia. “Fica mais barato contratar enfermeiros do que pagar as horas”, rematou.

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