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Ministro diz que carta a pedir a sua demissão foi mal dirigida

O ministro do Ambiente disse hoje que a carta que ambientalistas lhe entregaram a pedir a sua demissão não lhe devia ser dirigida e considerou "hipocrisia técnica" confundir descarbonização com exploração de petróleo.

Ministro diz que carta a pedir a sua demissão foi mal dirigida
Notícias ao Minuto

21:34 - 24/05/18 por Lusa

País Petróleo

O ministro falava à agência Lusa no final de uma cerimónia sobre a redução do uso de plástico, horas depois de vários movimentos ambientalistas se terem concentrado junto ao Ministério do Ambiente, em Lisboa, para pedir a demissão do ministro João Matos Fernandes e contestarem a prospeção de petróleo na costa algarvia de Aljezur, sem um estudo prévio.

"Recebi associações e fui confrontado com carta a exigir a minha demissão. Não é certamente a mim que uma carta dessas deve ser dirigida", comentou João Pedro Matos Fernandes, precisando depois: "dirigirem-me a mim uma carta para me demitir (...), acho que se enganaram no destinatário a quem queriam entregar a carta".

Questionado sobre se espera tempos difíceis a propósito da questão da prospeção de petróleo ao largo de Aljezur, o ministro afirmou que tem tido tempos difíceis desde que chegou ao Ministério, acrescentando: "defender uma política ambiental é sempre um desafio enorme e nunca virarei a cara a esse desafio".

Na questão do furo de pesquisa que será feito, para o qual foi considerado desnecessário um estudo de impacto ambiental, o ministro lembrou que o primeiro-ministro se comprometeu em descarbonizar o país em 2050, mas tal significa que mesmo nesse ano Portugal estará a usar ainda entre 10 a 15 milhões de barris de petróleo, que terão de vir de algum lugar.

"O que é verdadeiramente importante num país que se comprometeu em 2050 em ser neutro do ponto de vista carbónico é o uso que fazemos do petróleo, essa é que é a verdadeira discussão. E não consigo concordar que alguém intencionalmente queira confundir a eventual exploração de petróleo, que não fazemos a mais pequena ideia sequer se existe, com o compromisso de que o país tem" de neutralidade carbónica, disse.

Já antes, na cerimónia, Matos Fernandes tinha falado da questão do petróleo e de descarbonizar (ser neutro em termos de poluição) a sociedade até 2050, explicando assim a questão: "Para sermos neutros em 2050 significa reduzir pelo menos 80% das nossas emissões".

"Em 2016 emitimos 67,8 megatoneladas de co2 (dióxido de carbono) e a nossa capacidade de sumidouro da floresta andou pelas sete, podendo ir até às 10 megatoneladas. Ser neutro quer dizer que as nossas emissões serão capazes de ser sumidas pela floresta", especificou.

"Se hoje Portugal importa 78 milhões de barril de petróleo por ano, em 2050 terá de continuar a importar 10 a 15 milhões de barris. "Mas mesmo assim estaremos, entre este ano e 2050, a importar 1.500 milhões de barris de petróleo", avisou.

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