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Hospital Santa Maria aguarda autorização para contratar e repor serviços

O administrador do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, admitiu hoje constrangimentos causados pela saída de 100 enfermeiros "muito especializados", afirmando que aguarda autorizações de contratação para reabrir áreas encerradas temporariamente para garantir a segurança dos doentes.

Hospital Santa Maria aguarda autorização para contratar e repor serviços
Notícias ao Minuto

13:39 - 22/05/18 por Lusa

País Carreira

O Diário de Notícias avança, na edição de hoje, que a saída de mais de 100 enfermeiros desde janeiro obrigou o Hospital de Santa Maria a fechar camas, transferir a unidade de nefrologia para um piso com menos camas e encerrar um setor de cirurgia e que, até agora, foram apenas admitidos 49 profissionais.

Contactado pela agência Lusa, o administrador do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), Carlos Martins, afirmou que "os números são verdadeiros" e explicou que a questão da falta de recursos humanos "não é nova".

"É verdade que saíram 100 enfermeiros de uma só vez por concurso, é verdade que só conseguimos, até à data, ter autorizações para 50, também é verdade que aguardamos autorizações de contratação por quem de direito e esperamos, em breve, ter reposta a nossa capacidade, por forma a reabrir algumas áreas que, preventivamente, foram temporariamente encerradas", disse.

Segundo o responsável, foi fechado um setor do departamento de cirurgia, com cerca de 20 camas, e foi feita uma revisão da capacidade de internamento na área da nefrologia pediátrica.

Situações que, disse, podem voltar ao normal quando for regularizado o número de profissionais de saúde.

"Encerrar um setor significa deslocar os profissionais para outras áreas, reforçando a capacidade de resposta e não prejudicando a qualidade assistencial", explicou.

A medida visa, "sobretudo, evitar riscos desnecessários em termos da segurança do doente e na prática do profissional de saúde", sublinhou.

Carlos Martins lembrou que o Santa Maria é "uma instituição grande", com "necessidades permanentes" de recursos humanos, observando que, diariamente, cerca de 750 a 800 profissionais estão "legitimamente com dispensa de estar a trabalhar", de um total de 6.500, o que obriga a uma gestão eficiente.

"Saíram de repente 100 enfermeiros e não é de um dia para o outro que se contrata 100 enfermeiros", disse, explicando que os profissionais deixaram o hospital porque receberam "ofertas mais aliciantes" a nível profissional e financeiro do setor privado e social ou decidiram ir para outras instituições publicas por situações pessoais.

Esta situação ainda causa maiores constrangimentos porque os enfermeiros que saíram tinham "muitos anos de experiência" e eram "muito especializados". "Com a devida vénia aos jovens enfermeiros que entram", estes "não compensam de imediato, a nível da experiência e capacidade de trabalho, as perdas que têm ocorrido".

Isto "são preocupações diárias da gestão", frisou.

O presidente do CHLN refutou que as urgências e o serviço de otorrino estejam a ser assegurados por internos: "É uma inverdade que me entristece [porque] é pôr em causa centenas de profissionais" que todos os dias "dão o seu melhor".

Numa instituição da dimensão do Santa Maria em que todos os dias se realizam "milhares de exames, se atendem milhares de doentes" e se realiza cerca de "uma centena a uma centena e meia de cirurgias programadas por dia às vezes nem tudo corre bem, mas a nossa vontade é que corra sempre tudo bem e é isso que esperamos que aconteça".

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