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'Obras Pioneiras da Cultura Portuguesa' recebe prémio Mariano Gago
A coleção "Obras Pioneiras da Cultura Portuguesa", que reúne 80 livros em 30 volumes e que junta, pela primeira vez, documentos de humanidades e ciências, foi distinguida com o Prémio José Mariano Gago de Divulgação Científica, da SPA.
© GlobalImagens
País SPA
O prémio, criado pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) no ano passado, tem o valor pecuniário de 2.500 euros e é entregue, pela primeira vez, na próxima terça-feira às 18:00, na Sala-Galeria Carlos Paredes, em Lisboa, no âmbito da cerimónia do Dia do Autor.
A coleção "Obras Pioneiras da Cultura Portuguesa", publicada sob a égide da Universidade de Coimbra e da Universidade Aberta, com o apoio da Fundação Gulbenkian e da Biblioteca Nacional, é coordenada pelos investigadores Carlos Fiolhais e José Eduardo Franco, e publicada pelo Círculo de Leitores.
"Estes 30 volumes da maior operação científica interdisciplinar da cultura portuguesa incluem obras representativas da medicina, da geografia, do direito, da física, da arquitetura, da química, da música, da engenharia, da botânica, da pedagogia e da arte de navegar, entre outras", assinala em comunicado a SPA.
O júri foi constituído pelos professores universitários e investigadores Rui Vieira Nery, Miguel Lopes e Elvira Fortunato, e segundo a mesma fonte, "levou em conta as obras publicadas na área da divulgação científica em 2017".
A coleção, iniciada em setembro do ano passado, é constituída a partir de "um levantamento de textos fundamentais da língua e da cultura portuguesa, no sentido em que foram os primeiros escritos" sobre diversos ramos do conhecimento, ao longo de sete séculos, disse à agência Lusa o físico Carlos Fiolhais.
Trata-se de uma coleção dos primeiros livros e textos publicados em português, entre os séculos XII e XVIII, sobre física, química, anatomia, farmácia ou engenheira, mas também teatro, retórica, história, gramática, filosofia, educação, viagens, cozinha ou guerra, exemplifica Carlos Fiolhais, sublinhando que "quase nenhum ramo [do conhecimento] fica de fora", disse Fiolhais.
As três dezenas de volumes a publicar, durante três anos, constituem "uma biblioteca fundamental, que é como que o ADN da cultura portuguesa, que conta como tudo começou" em português, sintetizou o docente da Universidade de Coimbra.
"Nós temos uma história muito rica" e estes volumes permitem aos portugueses acederem a obras pioneiras e "aperceberem-se do extraordinário brilho e antiguidade" da história do país.
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