Médicos a 'ferro e fogo' na Chamusca. Um agredido e outra insultada
Um médico e uma médica do concelho da Chamusca são as mais recentes vítimas de agressões em contexto laboral.
© Getty Images
País Santarém
Um médico de família da Extensão de Saúde de Vale de Cavalos, na Chamusca, distrito de Santarém, foi agredido, esta quarta-feira, pelo companheiro de uma utente depois de ter recusado um pedido de baixa médica.
Em declarações à agência Lusa, o médico explicou que uma utente lhe pediu para prolongar a baixa médica, mas o profissional, não vendo motivos para tal, recusou o pedido. Depois, o companheiro da utente entrou no seu gabinete e agrediu-o fisicamente com murros no rosto.
Segundo o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, este não é o único caso de violência contra profissionais de saúde naquele concelho.
Uma médica de família da Extensão de Saúde do Chouto foi insultada por alguns utentes, tendo chegado mesmo a recusar-se a trabalhar na referida unidade de saúde “durante algumas semanas”.
Face a esta situação, e porque estes incidentes têm ocorrido um pouco por todo o país, o sindicato atribui a ocorrência dos mesmos à forma como o “anterior e o atual Governo e os respetivos Ministérios da Saúde têm vindo a desprestigiar a profissão”.
Assim, os “médicos exigem a avaliação das condições de trabalho e a sua melhoria, garantindo a segurança dos médicos no exercício das suas funções e investindo na prevenção”.
“Exigimos como medidas imediatas o reconhecimento à profissão médica do estatuto de risco e penosidade acrescida”, defende a plataforma sindical em comunicado enviado às redações.
Para terminar, o sindicato diz que não é a presença do ministro da Saúde – que vai estar hoje no centro de saúde de Vale de Cavalos – que vai alterar a situação que os profissionais do setor enfrentam atualmente.
“Mais do que o seu consolo, é fundamental e urgente a adoção de medidas que contrariem esta tendência crescente, garantindo a segurança dos médicos no exercício das suas funções, bem como o reconhecimento do estatuto de risco e penosidade acrescida”, termina o comunicado que também revela que “só nos primeiros 9 meses de 2017 foram registados 500 incidentes de violência contra profissionais de saúde”.
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