A conferência 'Portugal XXI: País de Futuro' realiza-se num hotel em Cascais e será aberta pelo presidente da autarquia, Carlos Carreiras, seguindo-se intervenções de Marcelo Rebelo de Sousa e de Manuel Caldeira Cabral.

Em declarações à Lusa, o coordenador do grupo de reflexão 'Portugal XXI', Hugo Nogueira, explicou que o chefe de Estado irá abordar "os principais problemas críticos de Portugal no domínio da política interna e externa", enquanto o ministro da Economia se deverá centrar na forma como o atual Governo socialista pretende ultrapassar os grandes desafios do país.

A presença de Marcelo Rebelo de Sousa, a primeira vez que um chefe de Estado participa em eventos organizados por esta plataforma de cidadãos, confere, segundo o coordenador, "uma força extra" ao objetivo principal do 'think tank' que nasceu há quatro anos: pensar os problemas do país para lá da conjuntura e propor medidas que permitam uma "linha coerente" na governação, independentemente do partido no poder.

Os ex-ministros António Vitorino e Daniel Bessa e o antigo líder do PSD Luís Marques Mendes integram esta plataforma na qualidade de 'senadores' e serão os oradores do primeiro painel da conferência, intitulado "Portugal 2030", e que pretende debater os desafios do país para a próxima década.

O segundo painel, "Portugal -- Que Destinos?", irá debruçar-se sobre matérias mais concretas, como o turismo ou o investimento, e contará entre os oradores com o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Luís Amado -- outro 'senador' desta plataforma - ou o vice-presidente da autarquia de Cascais Miguel Pinto Luz.

"Uma das principais razões para fundarmos esta plataforma foi o sentimento de que em Portugal estamos permanentemente a tratar da conjuntura e de respostas casuísticas. Entendemos que, para o país ter um futuro sustentável e poder crescer, tem que passar para as medidas estruturais", explicou Hugo Nogueira, que apontou a justiça, saúde, defesa, educação, segurança social e modernização do Estado como as principais áreas de reflexão do grupo.

O coordenador do 'Portugal XXI' defende que esta linha de continuidade de políticas públicas "não é uma utopia" e já aconteceu em Portugal, por exemplo na área da defesa, mas atualmente há o perigo de se perder "com o agravamento do fosso entre governos de esquerda e de direita".

O grupo de reflexão foi fundado por cerca de 21 membros, na casa dos 40 anos, que representam vários setores da sociedade em termos profissionais e políticos, com "um interesse comum, a causa pública".

Já os 'senadores' do 'Portugal XXI' são pessoas com uma "maior experiência e 'know how'", uma ou duas gerações acima dos fundadores em termos etários, mas também representativos de várias áreas profissionais e políticas.

Além dos participantes nesta conferência, integram esta plataforma como senadores nomes como a empresária Estela Barbot, os ex-ministros Fernando Nogueira, Jorge Coelho ou Guilherme d' Oliveira Martins, o antigo chefe da Casa Civil de Cavaco Silva Nunes Liberato, o antigo presidente da AICEP Pedro Reis, o juiz e professor catedrático Rui Moura Ramos ou o presidente da FLAD Vasco Rato.

"Pretendemos influenciar decisões que se tomarão no futuro em Portugal", afirmou Hugo Nogueira, adiantando que da conferência de sábado sairá um documento com as principais ideias defendidas.

No terceiro e último painel da conferência, vários senadores do 'Portugal XXI' serão desafiados a propor uma medida concreta para o futuro do país nos próximos dez anos.