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Marcelo afirma que nenhum país nem "ninguém é dono da ciência"

O Presidente da República disse hoje, em Leiria, que "ninguém é dono da ciência", que deve servir a humanidade como um todo.

Marcelo afirma que nenhum país nem "ninguém é dono da ciência"
Notícias ao Minuto

14:17 - 16/05/18 por Lusa

País Dia Nacional

No âmbito do Dia Nacional dos Cientistas, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "uma descoberta científica ou um avanço tecnológico têm autores e a defesa da propriedade intelectual é um dos grandes desafios do tempo globalizado", mas, "ninguém é dono da ciência, nem nenhum país".

"Por mais desenvolvido que seja [o país] pode rogar-se o monopólio do conhecimento que, uma vez alcançado, é património comum e deve servir a humanidade como um todo", sublinhou.

Daí, explicou, "que se fale sempre da ciência como património imaterial, do mesmo modo que dela se fala como património material, ao projetar-se em obras e instituições, servindo pessoas e comunidades".

O Presidente da República abordou ainda a questão da internacionalização: "é, e sempre foi, inerente ao desenvolvimento científico a ponto de podermos dizer que a ciência é a mais universal e a mais universalizante de todas as atividades humanas".

"A busca da internacionalização corresponde aliás ao que de melhor foi feito pelos cientistas ao longo de décadas e de séculos", destacou Marcelo Rebelo de Sousa.

A "chamada fuga de cérebros" deve ser analisada para se perceber se "a partida de muitos é o natural e salutar caminho da internacionalização ou se representa a perda do poder de polarização dos nossos e de outros cientistas por parte da sociedade que somos".

"Não nos podemos manter apegados a uma visão fechada, como se funcionar em rede e o querer partir, muitas vezes para depois voltar, por legítima opção individual ou grupo, fosse inaceitável ou incompreensível, nem os podemos nos refugiar atrás da internacionalização para ignorarmos ou minimizarmos causas de partida de quantos teriam desejado ficar e com isso melhor cumprir o seu percurso de vida", considerou Marcelo Rebelo de Sousa.

Para o Presidente, "mais do que lamentar a partida de uns ou fingir que é natural a partida de outros, o essencial é criar condições de atratividade para a fixação em Portugal daqueles portugueses e estrangeiros que queiram e possam converter a nossa sociedade num alfobre de conhecimento e de futuro".

Marcelo Rebelo de Sousa constatou ainda que "num mundo globalizado, com uma enorme facilidade de comunicações é mais que natural que a especialização do conhecimento leve a formação de equipas transnacionais compostas por investigadores de vários países".

Por isso, reforçou que o "fundamental neste contexto é que existam condições para atrair investigadores nacionais e estrangeiros, isto é, que as suas carreiras possam ter estabilidade e que existam meios de realização pessoal, profissional e familiar, que os laboratórios e as bibliotecas estejam apetrechados".

Ou seja, "que haja uma política científica definida, previsível e coerente".

Para Marcelo Rebelo de Sousa, não deve haver preocupação com a internacionalização do sistema de ensino e de investigação de Portugal, que são "sinónimos da sua vitalidade e competitividade".

"Deve preocupar-nos sim não só evitar um défice da nossa balança científica exterior, mas sobretudo fazer o que está ao nosso alcance para que a onda de criatividade das nossas instituições e o seu crescendo peso internacional, assim como o dinamismo da jovem projeção tecnológica empresarial não sejam desperdiçadas, num mundo em que quem perder a aposta na ciência perderá para sempre uma fatia de futuro", alertou.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu ainda que se realizem iniciativas "como esta", envolvendo "aqueles que são mais jovens", porque a ciência e o conhecimento começam "no momento em que desperta a curiosidade para o mundo".

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