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Bangladesh nega regresso de família rohingya à Birmânia

O Bangladesh rejeitou hoje o anúncio do governo birmanês de que uma primeira família de muçulmanos rohingya, que se encontrava exilada no país, tenha regressado à Birmânia (atualmente Myanmar).

Bangladesh nega regresso de família rohingya à Birmânia
Notícias ao Minuto

08:15 - 16/04/18 por Lusa

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No sábado, o governo birmanês tinha dado conta do regresso à Birmânia de cinco membros da família de muçulmanos rohingya, que se encontravam exilados no Bangladesh e que iriam ficar temporariamente com familiares na cidade de Maungdaw.

Em comunicado, as autoridades do Bangladesh adiantaram hoje que a família em questão "nunca cruzou a fronteira".

"Não houve repatriamento. O Bangladesh não fez parte disso", disse o comissário para os refugiados em Cox's Bazar, distrito onde foram criados os acampamentos para abrigar os Rohingya.

Asif Munier, um especialista independente em refugiados que lidou com a crise rohingya no Bangladesh e que durante anos fez parte das Nações Unidas, disse que o anúncio de Myanmar "é um golpe de publicidade".

"O governo do Bangladesh e a comunidade internacional devem pedir uma explicação a Myanmar", disse.

A notícia do regresso da família surgiu depois de o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) e o Bangladesh terem assinado um memorando de entendimento para garantir um regresso voluntário, seguro e digno dos refugiados da minoria muçulmana rohingya à Birmânia (atualmente Myanmar).

O acordo de cooperação foi assinado em Genebra, na Suíça, pelo Alto-comissário da ONU para os Refugiados, o italiano Filippo Grandi, e pelo secretário de relações exteriores do Bangladesh, Shahidul Haque.

Mais de 670 mil rohingyas estão refugiados desde meados de agosto passado no território bangladeshiano.

Estes refugiados são oriundos do Estado de Rakhine (oeste da Birmânia) e fugiram depois de terem sido vítimas de uma campanha de repressão por parte do exército birmanês. Estes refugiados juntaram-se a outros 200 mil rohingyas que já estavam a viver no território do vizinho Bangladesh.

O êxodo dos rohingyas teve início em meados de agosto, quando foi lançada uma operação militar do exército birmanês contra o movimento rebelde Exército de Salvação do Estado Rohingya devido a ataques da rebelião a postos militares e policiais.

Desde que a nacionalidade birmanesa lhes foi retirada em 1982, os rohingyas têm sido submetidos a muitas restrições: não podem viajar ou casar sem autorização, não têm acesso ao mercado de trabalho, nem aos serviços públicos (escolas e hospitais).

A campanha de repressão do exército birmanês contra esta minoria já foi classificada pela ONU como uma limpeza étnica e como uma das crises humanitárias mais graves do início do século XXI.

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