"Liderança da Caixa depende em grande parte de si, mas também dos outros"
O presidente da Caixa Geral de Depósitos disse hoje que o banco quer manter a liderança em Portugal, mas que isso não depende apenas da sua adminitração, admitindo que fusões entre outros bancos ponham em causa esse objetivo.
© Global Imagens
Economia Paulo Macedo
"O que o plano estratégico [até 2010] prevê é a Caixa reduzir a sua atividade no exterior e manter a sua liderança internamente. A liderança da Caixa depende em grande parte de si, mas também dos outros. Se o Santander continuar a adquirir banco após banco, a CGD perderá a sua liderança", afirmou Paulo Macedo, no parlamento, na comissão de orçamento e finanças.
O gestor disse ainda que eventuais "loucuras de preços" praticadas por outros bancos também podem pôr em causa a liderança atual da CGD em muitos segmentos de mercado, nomeadamente no crédito.
Quanto à polémica sobre fins de isenções e subida de comissões na CGD, Macedo voltou a dizer hoje que o banco precisa de "aumentar proveitos e reduzir custos" para melhorar a sua rentabilidade, sob pena de ter de pedir mais dinheiro ao Estado.
Segundo as contas do ex-ministro da saúde do Governo PSD/CDS-PP de Passos Coelho, desde 2000 até 2017, a CGD precisou de cinco mil milhões de euros de dinheiro do Estado, isto entre os dividendos que a CGD pagou e o dinheiro que o Estado injetou na CGD para a recapitalizar nestes 17 anos.
"Não era viável manter a Caixa com o 'track record' que tem, de prejuízo para contribuintes", afirmou.
Apesar disso, Paulo Macedo voltou a repetir que na CGD muitos clientes continuam a manter isenções de comissões, dos quais 750 mil jovens e 600 mil reformados .
O presidente da CGD disse mesmo que, no total, a CGD tem cerca de 3,5 milhões de clientes com isenções de comissões, entre 700 mil por terem 'saldo zero', 1,3 milhões de jovens e reformados isentos e os restantes porque cumprem determinadas condições que lhes dão direito a isenção de comissões.
A CGD tem cerca de 4,5 milhões de clientes, entre particulares e empresas. Foi recapitalizada no início de 2017 em 3.900 milhões de euros, incluindo o aumento de capital direto do Estado de 2.500 milhões de euros.
No âmbito dessa recapitalização, o banco público acordou com Bruxelas um programa de reestruturação até 2020 que passa por alterações no modelo de negócio, venda de operações no estrangeiro, fecho de agências e saída de trabalhadores.
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