Mau tempo no PSD? "Espera-se que agora passe este alerta laranja"
Santana Lopes desafia Rui Rio a inaugurar a liderança do partido, mais de um mês depois de este ter tomado posse.
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Política Santana Lopes
Santana Lopes afirmou esta terça-feira, na antena da SIC Notícias, que teria sido desejável que a polémica em torno de Barreiras Duarte “tivesse demorado menos tempo” e que o processo “não correu bem”.
Da parte de Feliciano Barreiras Duarte, constatou Santana Lopes, “houve manifestamente alguma resistência a aceitar que tivesse agido ou por má fé, ou tivesse tido maus propósitos”.
O candidato que saiu derrotado nas últimas eleições diretas do partido entende que a demissão de Barreiras Duarte foi uma “demissão forçada” e que o próprio “não saiu totalmente convencido de que fosse justo”.
“Continua a insistir na tese da cabala, que isto são ataques à liderança do PSD e não ao próprio, não o ouvi dizer 'manifestamente errei, peço desculpa'”, lamentou Santana, sublinhando que, ainda que o ex-secretário-geral não tenha matado nem roubado, a verdade é que cometeu um erro.
Santana Lopes espera que a demissão de Barreiras Duarte encerre de uma vez as polémicas no partido que tem estado “constantemente debaixo de mau tempo desde que acabaram as diretas”. “Espera-se que agora passe este alerta laranja”, afirmou.
Questionado sobre se estamos perante um caso fabricado ao ponto de ter provocado a demissão, o social-democrata respondeu que não e que depois da primeira notícia sobre a Universidade de Berkeley, as “coisas começaram a aparecer em catadupa”, como foi o caso da polémica sobre as ajudas de custo e que Santana defende que deve ser clarificada pela Assembleia da República de uma vez por todas.
Em todo o caso, Santana afirmou não ter gostado de ver a maneira como Barreiras Duarte foi “convidado a demitir-se dois ou três dias seguidos por por parte da Direção Nacional do partido, visível na pressão política nos meios de comunicação social.
“Rui Rio acabou por tomar a decisão certa, julgo é que estas coisas é melhor resolverem-se com uma conversa direta e frontal”, considerou, desafiando o líder dos laranjas a “inaugurar a liderança”, de facto, de modo a preparar uma alternativa política.
“Espero que isto agora encerre um tempo e que ele possa começar a por em prática os temas, as propostas que quer trazer para o debate político”, firmou, admitindo existir uma “inquietação natural” no partido devido às polémicas pelas quais tem passado.
Sobre o novo secretário-geral, José Silvano, Santana diz que Rio “surpreendeu” e que a escolha teve “um toque de cavaquista”. José Silvano “é uma pessoa distante daquilo a que Rio chama corte. É um estilo, quer marcar diferença, é um caminho interessante, pode resultar ou não”, rematou, sem demonstrar grande entusiasmo.
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