Crise na Casa Branca e guerra comercial puxam Wall Street para baixo
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa, com os investidores a cederem ao nervosismo provocado pelo receio de uma guerra comercial entre os EUA e os seus parceiros e pela agitação permanente na Casa Branca.
© Reuters
Economia Bolsas
Entre os índices mais emblemáticos, o elitista Dow Jones Industrial Average foi o que mais recuou, ao perder 1,00%, para os 24.758,12 pontos.
O alargado S&P500 desvalorizou 0,57%, para as 2.749,48 unidades, e o tecnológico Nasdaq abandonou 0,19%, para os 7.496,81 pontos.
Tal como na véspera, os índices começaram a sessão em alta, antes de perderem terreno aos poucos.
"Esta instabilidade reflete o nervosismo dos investidores", comentou Kate Warne, da Edward Jones.
"Ainda há alguns meses, os investidores reagiam pouco aos indicadores e às informações que surgiam durante a sessão, porque estavam convencidos de que as taxas de juro permaneceriam baixas e que o crescimento continuaria sólido o suficiente para alimentar a progressão das ações", sublinhou.
Mas, "neste momento, eles interrogam-se verdadeiramente sobre a direção que o mercado vai tomar".
Hoje, as recentes decisões da Casa Branca sobre o comércio com outros países estiveram de novo em destaque.
Os investidores bolsistas "não estavam à espera de um protecionismo destes e receiam as medidas de retorsão", observou Warne, aludindo às taxas alfandegárias sobre as importações de aço e alumínio e ao veto de Donald Trump à compra do grupo Qualcomm pela Broadcom.
Segundo vários meios de comunicação norte-americanos, a Casa Branca pretende impor taxas alfandegárias sobre importações chinesas, equivalendo a 60 mil milhões de dólares (48,5 mil milhões de euros).
As numerosas alterações ocorridas entretanto entre a equipa da Casa Branca, como a saída do conselheiro económico Gary Cohn, na semana passada, e do chefe da diplomacia, Rex Tillerson, na terça-feira, também alimentam o nervosismo do mercado.
O anúncio feito hoje da substituição de Cohn por Larry Kudlow, um economista conservador e personagem televisiva, não provocou reação específica.
Os índices beneficiaram, no início da sessão, da divulgação de indicadores tépidos sobre a economia norte-americana, como a queda das vendas do comércio retalhista pelo terceiro mês consecutivo, em fevereiro, ou o aumento em 0,2% dos preços na produção, no mesmo período.
"A inflação não é claramente uma preocupação", observou Ken Berman, da Gorilla Trades. O banco central norte-americano "não deve acelerar o ritmo de subida das taxas de juro em 2018, o que é do agrado dos investidores", acrescentou.
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