Azeredo Lopes ouvido no Parlamento à porta fechada sobre efetivos
A audição do ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, prevista para hoje ao final do dia no parlamento sobre os efetivos militares vai decorrer à porta fechada, a pedido do próprio, disseram à Lusa fontes parlamentares.
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Política Ministro
No início da audição, o presidente da comissão parlamentar, Marco António Costa, disse que a reunião seria fechada e que o segundo ponto da ordem de trabalhos -- um requerimento do PSD para ouvir Azeredo Lopes sobre uma notificação da Comissão Europeia -- tinha sido adiado.
Fontes parlamentares disseram à Lusa que foi o ministro da Defesa que solicitou que a audição não fosse pública. Azeredo Lopes foi chamado pelo CDS-PP ao parlamento na sequência da divulgação, no semanário Expresso, de partes de um memorando confidencial de quatro chefes militares.
Nesse documento, os chefes de Estado-Maior do Exército e da Força Aérea, Rovisco Duarte e Manuel Rolo, e o então vice e atual chefe do Estado-Maior da Armada, Mendes Calado, advertiam para riscos não negligenciáveis face ao número de efetivos autorizados pela tutela, considerado inferior às necessidades.
O anterior chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Pina Monteiro, que também subscreveu o memorando, esteve na comissão parlamentar para prestar esclarecimentos sobre o mesmo assunto e a reunião decorreu igualmente à porta fechada.
De acordo com dados do Estado-Maior General das Forças Armadas, o número de efetivos militares era de 27.948, à data de 31 de dezembro de 2017. A referência para o efetivo militar decidida no âmbito da reforma 2020 indica que o número deve estar entre os 30 e os 32 mil.
No memorando, os chefes militares advertiam que o aumento de 200 vagas para militares face ao número autorizado para 2018 - destinados ao reforço ao combate aos fogos rurais - fica abaixo das 620 pedidas pelo conjunto dos ramos e configura uma "iniquidade" relativamente ao crescimento já anunciado para as forças de segurança e outros organismos.
Quanto à segunda parte da audição, prevista na ordem de trabalhos divulgada, sobre o processo instaurado pela Comissão Europeia por causa do contrato de ajuste direto com a West Sea para a construção de dois navios para a Marinha, os deputados decidiram adiar a discussão e solicitar primeiro ao ministério da Defesa o envio ao parlamento da documentação relacionada com o caso.
Em causa está o contrato de ajuste direto com a West Sea S.A. [Viana do Castelo] para dois navios patrulha oceânicos (NPO) pelo anterior governo" - navios "Sines" e "Setúbal", atualmente em construção.
A comissão parlamentar já tinha aprovado a audição parlamentar do anterior ministro da Defesa, Aguiar-Branco, que ainda não tem data marcada.
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