Habitantes de Afrine sem acesso a água depois de Turquia cercar cidade
Operação Ramo de Oliveira, levada a cabo pela Turquia para derrotar as YPG no Norte da Síria, já causou mais de 200 mortos entre os civis que vivem na região curda. Nações Unidas alertam para o facto de os cidadãos de Afrine estarem sem acesso a água potável, isto depois de o fornecimento deste bem essencial ter sido cortado com o cerco imposto pelo exército turco.
© Reuters
Mundo Síria
O fornecimento de água à localidade de Afrine, no Norte da Síria, está em suspenso depois de o exército turco ter cercado a cidade na passada terça-feira.
“Os trabalhadores locais não têm acesso ao controlo das barragens”, afirmou o porta-voz das Nações Unidas para os assuntos humanitários, que alerta para o facto de os habitantes de Afrine estarem a beber água sem qualquer tipo de tratamento.
Desde 20 de janeiro, data em que se iniciou a Operação Ramo de Oliveira, que as forças turcas têm bombardeado a região curda de Afrine, na fronteira com a Turquia, controlada pelas Unidades de Proteção do Povo (YPG). Para Ancara, este grupo curdo é aliado do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado terrorista pela Turquia, Estados Unidos e União Europeia, que tem lutado pela independência do Curdistão.
“A água foi cortada depois de o exército turco ter tomado controlo [da região]”, afirmou à Reuters Birusk Hasaka, porta-voz das YPG. “Os civis dependem de poços para obterem água, e eles não são suficientes e, infelizmente, a água que contêm não é boa para beber”, acrescentou.
Milhares de civis têm abandonada as suas casas© Reuters
Nesta ofensiva, a Turquia conta com o apoio do Exército Livre da Síria, um grupo rebelde que se opõe ao regime de Bashar al-Assad e quer conter a influência curda no Norte do país.
Com Afrine cercada, as Nações Unidas alertam para a crise humanitária que está a ganhar grandes proporções. Milhares de pessoas têm fugido das suas casas e as que permanecem na região temem as consequências do ataque turco. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, morreram mais de 200 civis e perto de 400 combatentes das YPG desde o início da operação Ramo de Oliveira.
Na Guerra da Síria, as YPG têm sido as principais aliadas do Ocidente no combate ao autodesignado Estado Islâmico, tendo conseguido importantes conquistas de território ao grupo jihadista, impondo-lhe sucessivas derrotas. No entanto, o crescimento da influência curda na região não é bem vista pela Turquia, que teme a presença de milícias curdas nas suas fronteiras.
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