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"Temos uma imprescritível dívida de gratidão para com a Grécia"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que há "uma imprescritível dívida de gratidão" para com a Grécia, enaltecendo a forma como tem acolhido milhares de refugiados e salientando a importância da cultura grega.

"Temos uma imprescritível dívida de gratidão para com a Grécia"
Notícias ao Minuto

21:22 - 13/03/18 por Lusa

País Marcelo

Num jantar em sua honra oferecido pelo Presidente grego, Prokopios Pavlopoulos, no Palácio Presidencial, em Atenas, durante a sua visita de Estado à Grécia, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a prestar "uma homenagem sentida ao povo grego, pelos sacrifícios por que passou, pela dignidade que sempre demonstrou, pela determinação de que nunca abdicou".

"Sabemos bem, gregos e portugueses, quão dura foi a crise económica e financeira. Tal como sabemos que não podemos ignorar as lições deste passado tão duro e tão recente. Lições que nos devem impelir a avançar para a conclusão da união económica e monetária, para enfrentar com ambição o próximo quadro financeiro plurianual, e sempre a lutar para manter a unidade europeia", disse.

Com Prokopios Pavlopoulos ao seu lado, o chefe de Estado prosseguiu: "Uma luta cujas fileiras a Grécia tem corajosamente integrado, batendo-se pela vida e pela dignidade humanas, acolhendo milhares de refugiados, não recuando perante desafios políticos e sociais, com que poucos de nós teremos algum dia sido confrontados. Garantindo que a tradição europeia de acolhimento, proteção e asilo não era posta em causa".

"É por isso que todos nós temos uma imprescritível dívida de gratidão para com a Grécia. E Portugal e os portugueses orgulham-se de terem estado sempre ao lado da Grécia neste período difícil", defendeu.

No jantar oficial oferecido pelo Presidente grego, Marcelo Rebelo de Sousa elogiou "o humanismo e a vitalidade" dos voluntários portugueses e manifestou expectativa em relação à visita que vai fazer na quarta-feira a um campo de refugiados gerido pela Organização Internacional das Migrações, em Tebas, e a um centro social de apoio a refugiados, em Atenas.

O Presidente da República salientou a importância da cultura grega, referindo que "resistiu à passagem do tempo, à mudança de regimes e sistemas, à evolução de mentalidades" e ainda hoje serve de inspiração à luta "pela democracia, pela tolerância, pelo conhecimento do outro".

No final da sua intervenção, pediu aos presentes neste jantar oficial que o acompanhassem num brinde "à saúde do Presidente da República Helénica e querido amigo, ao progresso e à felicidade do povo grego, ao fortalecimento das relações eternas de fraternal amizade entre os nossos dois países".

Antes, numa cerimónia em que recebeu um doutoramento 'honoris causa' atribuído pela Universidade de Atenas, Marcelo Rebelo de Sousa já se tinha declarado "devedor, como todos os portugueses, da cultura da Grécia clássica, toda ela, dessa cultura eterna, da que foi, da que é, da que sempre será".

O Presidente da República afirmou que a Grécia deu uma lição ao mundo, ensinando "que o debate vence o acantonamento das ideias, que a democracia se constrói com cidadãos informados e empenhados e que a dúvida, porque inquietante e motivadora, é, como disse Aristóteles, o princípio da sabedoria".

"Uma lição que se mantém tão mais válida hoje, quando as nossas sociedades se veem confrontadas com movimentos que disputam o lugar do saber e da ciência, privilegiando a mera aparência e o ostensivo obscurantismo", acrescentou, advertindo para o perigo da intolerância e do populismo.

Nesse discurso, Marcelo Rebelo de Sousa também falou sobre os fluxos migratórios e de refugiados, defendendo que "a União Europeia como um todo tem de dar uma resposta digna dos seus valores, digna do seu legado humanista, mostrando ao mundo como é o espaço de justiça social".

"A Grécia, ao fazê-lo, presta tributo aos mais relevantes ideais europeus e convoca-nos a atuar do mesmo modo. É com orgulho que neste instante reafirmo que Portugal tem procurado estar à altura deste desafio", disse.

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