Trabalhadores da Ramos & Costa com salários em atraso
Os trabalhadores da empresa de transformação de peixe António Ramos & Costa, em Peniche, estão com salários em atraso, disse hoje a dirigente do sindicato, enquanto a empresa garantiu que vai pagar parte do vencimento de fevereiro.
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País Sindicatos
Na quinta-feira "foi pago o que restava do salário de janeiro", mas está por pagar o de fevereiro e os subsídios de férias e de Natal de 2017, afirmou à agência Lusa Mariana Rocha, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB).
Contactada pela agência Lusa, Olga Costa, diretora executiva da empresa, admitiu que "há dificuldades financeiras, porque a sardinha era o principal produto e, com a redução da quota, a empresa tem procurado encontrar outras alternativas" de negócio.
Também, "com o mau tempo, não tem havido pescado e está sem congelar há dois meses", e há clientes a atrasar os pagamentos.
Olga Costa adiantou que a gerência "já autorizou o pagamento de uma parte do salário de fevereiro", assegurando que "nunca houve um mês em que a empresa não pagasse" o dinheiro equivalente a um salário.
"Em dezembro foram pagos os subsídios de férias e de Natal em atraso, em janeiro foi pago o salário de dezembro e, em fevereiro, o de janeiro", detalhou.
Desde 2016, a empresa atravessa um Processo Especial de Revitalização (PER), ao abrigo do qual demonstrou viabilidade financeira e acordou em janeiro de 2017 que pagaria o que estava em dívida aos trabalhadores dentro de um ano.
"Para pagar os subsídios de férias e de Natal de 2014 e 2015 a empresa tem estado a atrasar-se a pagar os salários e a situação está pior do que estava em 2016", denunciou a sindicalista, detalhando que "muitos estão a abdicar dos seus direitos de antiguidade e estão a despedir-se por não aguentarem estar com quase dois salários em atraso".
Em 2016, a empresa tinha 80 trabalhadores, mas, segundo o SINTAB, a empresa está reduzida a apenas 20, embora haja trabalhadores que estão a dar tempo de serviço para se desvincularem de todo.
A diretora executiva da António Ramos & Costa esclareceu que a redução de postos de trabalho está relacionada com o encerramento dos armazéns que tinha nos portos de Matosinhos, Figueira da Foz, Nazaré e Sines e que apenas quatro trabalhadores se despediram nos últimos três meses.
"A nossa intenção é mantermo-nos a laborar, por isso pedimos o PER e não partimos para a insolvência", garantiu, acrescentando que o pagamento das dívidas acordado no PER "tem sido cumprido com a compreensão dos credores".
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