Conselho de Segurança vota hoje às 16h proposta de cessar-fogo emendada
O Conselho de Segurança da ONU vota hoje às 16:00 GMT um projeto de resolução sobre um cessar-fogo de 30 dias na Síria que permitiria a chegada da ajuda humanitária a Ghouta oriental, disse fonte diplomática.
© Reuters
Mundo Síria
Uma nova versão ligeiramente emendada do projeto de resolução que está a ser negociado há duas semanas foi distribuído aos membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, escreve a agência France-Presse, que cita a fonte diplomática.
O novo documento limita-se a "pedir" um cessar-fogo, enquanto a versão anterior aplicava a expressão "decidir".
Além disso, especifica que o cessar-fogo não se aplicará aos "indivíduos, grupos, empresas e entidades associadas" à Al-Qaeda e ao grupo extremista Estado Islâmico, enquanto a versão anterior mencionava apenas estas duas organizações.
Desconhece-se por enquanto se a Rússia, que tem direito de veto no Conselho e se opôs inicialmente a um cessar-fogo, apoiará este novo texto.
O embaixador da Rússia junto das Nações Unidas afirmou na quinta-feira que os 15 membros do Conselho de Segurança não alcançaram um acordo para aprovar o cessar-fogo, proposto pela Suécia e pelo Kuwait e em negociação há mais de duas semanas.
Durante uma reunião de urgência daquele alto órgão das Nações Unidas, convocada na quarta-feira por Moscovo, Vassily Nebenzia denunciou "os discursos catastróficos", que já tinham sido utilizados a propósito da situação na cidade de Alepo (nordeste da Síria, perto da fronteira com a Turquia) em finais de 2016.
Segundo o representante russo, cujo país é um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança e tem direito de veto, a retórica utilizada não corresponde à situação no terreno.
Os Estados Unidos e a França, entre outros membros do Conselho de Segurança, protestaram contra a posição da Rússia, o principal aliado internacional do regime de Damasco.
O objetivo da trégua é permitir o acesso a Ghouta Oriental, o último grande bastião da oposição síria nos arredores de Damasco, e a retirada de doentes e feridos.
Esta trégua foi pedida a 06 de fevereiro pelas organizações da ONU que estão no terreno, nomeadamente para fornecer ajuda às cerca de 400 mil pessoas que vivem em Ghouta Oriental.
O enclave rebelde está sitiado pelas forças do regime sírio de Bashar al-Assad desde 2013 e enfrenta uma grave crise humanitária, marcada pela escassez de alimentos e de medicamentos.
Nos últimos dias, a situação agravou-se, com bombardeamentos e ataques de artilharia do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, que já fizeram 416 mortos desde domingo, entre os quais 96 menores e 61 mulheres.
Desencadeado em março de 2011 pela violenta repressão do regime de Bashar al-Assad de manifestações pacíficas, o conflito na Síria ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos 'jihadistas', e várias frentes de combate.
Num território bastante fragmentado, o conflito civil na Síria provocou, desde 2011, mais de 350 mil mortos, incluindo mais de 100 mil civis, e milhões de deslocados e refugiados.
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