Ryanair acusa ANA de criar monopólio em Lisboa
A transportadora aérea Ryanair acusou hoje a ANA -- Aeroportos de Portugal de querer alimentar um monopólio no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e exigiu que o Governo avance com a infraestrutura complementar no Montijo em 2019.
© Reuters
Economia Companhia aérea
"A ANA não vai fazer nada sobre a Portela [Aeroporto Humberto Delgado]. A ANA quer sentar-se e continuar a aumentar as tarifas na Portela e no Porto. É um monopólio e é isso que os monopolistas fazem. O que queremos é que o Governo português diga à ANA para abrir o [aeroporto complementar em] Montijo em 2019", afirmou, em declarações à agência Lusa, o diretor executivo da Ryanair, Michael O'Leary.
Para o responsável, o executivo deve também "convidar outros operadores de aeroportos na Europa a apostar no Montijo e, assim, estimular a concorrência entre a Portela e o Montijo".
Michael O'Leary solicitou, por isso, ao Governo que "não permita que a ANA controle a concorrência", até porque "há uma fila de outros gestores aeroportuários interessados em operar no Montijo, que adorariam ter um aeroporto em Lisboa".
Esta seria, a seu ver, uma "boa solução", já que levaria a tarifas mais baixas no Aeroporto Humberto Delgado e mais crescimento no aeroporto complementar do Montijo, sendo vantajosa "para a Ryanair, para outras companhias e para os clientes".
"A solução que temos, de momento, é a solução errada, que é o monopólio da Portela, que tem vindo a adiar o projeto do Montijo. Não faz sentido", criticou.
Ainda assim, o diretor executivo recusou que a Ryanair se mude para o aeroporto complementar no Montijo, aquando da sua abertura, frisando que tal infraestrutura serviria para "pôr lá todo o crescimento" que não cabe no aeroporto de Lisboa.
"Não podemos crescer na Portela porque o aeroporto está sempre a dizer-nos que não temos sítio para pôr as aeronaves [...] porque o terminal está cheio. O terminal não está cheio, nalgumas horas até está vazio", observou Michael O'Leary.
Com estas duas infraestruturas, a Ryanair teria entre seis a 10 aeronaves no Montijo, mantendo oito equipamentos em Lisboa, adiantou o responsável, lembrando que esta já é a segunda maior companhia com operação no Aeroporto Humberto Delgado.
A capacidade declarada do aeroporto Humberto Delgado é de 40 movimentos por hora, estando a operação média em 38 movimentos por hora. Ainda assim, é possível crescer até movimentos por hora com a libertação do espaço aéreo, segundo a ANA.
Com a reconversão da base aérea do Montijo para a aviação civil, estima-se que a capacidade hoje existente seja duplicada.
Previsto para iniciar a construção no próximo ano, o aeroporto complementar no Montijo deverá entrar em funcionamento em 2022.
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