Rússia "muito preocupada" com crescimento do ISIS no Afeganistão
O ministro dos negócios russo, Sergey Lavrov afirmou hoje que a Rússia está "muito preocupada" com o crescimento do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) no Afeganistão, onde se multiplicam os ataques e atentados conduzidos pela organização.
© Reuters
Mundo Terrorismo
"Estamos muito preocupados com o que se passa no Afeganistão, com o aumento da influência do EI", disse Lavrov numa conferência de imprensa após reunir com o homólogo paquistanês, Khawaja Muhammad Asif.
"Duvidamos fortemente da maneira como a coligação [internacional "anti-EI", liderada pelos Estados Unidos] vê esta ameaça e como está a tentar suprimi-la", apontou o diplomata.
A presença do grupo jihadista no norte e leste do Afeganistão é "um assunto sério", disse o chefe da diplomacia russa, referindo ainda que estão presentes mais de mil combatentes que podem representar uma ameaça para a segurança dos países vizinhos.
O ministro lamentou as ações da NATO e dos Estados Unidos, que acusa de estarem a tentar "de todas as maneiras possíveis, silenciar e negar" a ameaça.
A Rússia criticou a estratégia dos EUA no Afeganistão, que diz ser "sem futuro" e dependente do "uso da força".
Após apelar à inclusão dos talibãs na mesa de negociações, Moscovo ofereceu-se para mediar diálogos "construtivos" entre os intervenientes.
As autoridades russas querem conter o avanço do movimento jihadista no Afeganistão para evitar a sua entrada nas nações asiáticas e antigas repúblicas soviéticas, que integram a sua área de influência.
Recentemente, a representante norte-americana na NATO, Kay Bailey Hutchison, mostrou-se insatisfeita com a atitude da Rússia, que acusou de não colaborar no combate ao terrorismo e de não honrar os acordos assinados.
"Temos uma ameaça comum, que é o terrorismo, e no entanto eles não têm ajudado no Afeganistão, não têm ajudado com a Coreia do Norte, que agora testa armas nucleares e mísseis balísticos. Estamos todos muito preocupados com o comportamento da Rússia. Gostaríamos de ter uma boa relação com a Rússia, mas para isso vai ser preciso uma mudança de comportamento da Rússia e a vontade de voltar ao cumprimento dos muitos acordos que subscreveram", disse a representante no dia 13 de fevereiro de 2018.
O Estado Islâmico e grupos talibãs reforçaram os ataques nas últimas semanas no território afegão, tendo provocado centenas de mortos.
Entre os ataques mais recentes, contam-se os atentados nos dias 27 de janeiro, no qual a explosão de um carro armadilhado provocou a morte de 63 pessoas em Cabul, e o do dia 24 do mesmo mês, contra a Organização não-governamental (ONG) 'Save the Children' em Jalalabad, que apoiava mais de 1,4 milhões de crianças no país, e do qual resultaram 10 mortos.
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