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Maëlys: Seis meses depois, resolveu-se o mistério. E confirmou-se o pior

Relembre os acontecimentos que marcaram os quase seis meses de investigação ao desaparecimento da menina lusodescendente Maëlys de Araújo e que foram acompanhados a par e passo pelo Notícias ao Minuto.

Maëlys: Seis meses depois, resolveu-se o mistério. E confirmou-se o pior
Notícias ao Minuto

08:40 - 17/02/18 por Andrea Pinto

Mundo França

Foram precisos quase seis meses para que fosse finalmente desvendado o mistério em torno do desaparecimento de Maëlys de Araújo.

Muita tinta correu desde que a criança, de nove anos, desapareceu na madrugada de 27 de agosto do salão de festas em Pont-de-Beauvoisin, onde decorria um casamento do qual fazia parte dos convidados. Quase seis meses volvidos, acabaria por ser uma simples gota de sangue a desvendar o mistério.

O adensar do mistério

No dia 26 de agosto, Maëlys escolheu um vestido branco para ir a um casamento na companhia dos pais. A festa, numa localidade de Isère, ter-se-á prolongado para lá da meia-noite e seriam já cerca das 2h00 da madrugada do dia 27 quando os pais da criança deram pela sua falta. As horas que se seguiram foram de desespero, sentimento que se prolongou por vários meses.

Nordahl Lelandais foi o primeiro suspeito do caso. O homem foi detido e contra ele tinha o facto de ter conversado com a criança naquela noite e de se ter ausentado do evento no mesmo período de tempo em que se crê que a criança desapareceu.

As provas eram poucas contra o ex-militar que acabou por ser libertado… mas por pouco tempo. Dias depois começavam a surgir as provas.

O início do fim

Dentro da viatura do homem de 34 anos foram encontrados vestígios de ADN de Maëlys. A constatação obrigou Nordahl a assumir que a menina tinha estado dentro do seu carro, mas garantindo que a tinha levado até ao automóvel apenas para lhe apresentar os seus cães. Alegava também que se tinha ausentado do casamento porque tinha bebido demais, tinha vomitado e sujado a roupa. Quis, por isso, voltar a casa para mudar de roupa. Entretanto, decidiu atirar as roupas para o lixo, justificando que não queria que a mãe soubesse.

As justificações não eram, para muitos, suficientes, e novas provas viriam a aparecer.

Mais tarde, imagens de vigilância apanhariam Nordahl na companhia de um vulto branco na sua viatura e ainda a lavar de forma persistente o  carro. Tudo naquela mesma noite.

Jennifer Cleyet garantia que o vulto pertencia à sua filha e Nordahl não teve grande explicação para a descoberta.

Quanto à segunda constatação, o suspeito argumentou que estava a vender o carro e que iria ter um encontro com um possível interessado, motivo pelo qual quis lavá-lo.

Um passado que não ajuda

À medida que mais informações se vão conhecendo sobre o principal suspeito, mais preocupante se torna o seu passado. Em janeiro deste ano, descobre-se que o ex-militar poderá ser o responsável pela morte de um outro militar, também ele desaparecido, mas em abril do ano passado.

Depois disto,  Nordahl  chegou mesmo a ser suspeito do desaparecimento de outros dois jovens cujo paradeiro se mantém desconhecido.

Após meses de investigação, e com os pais da menina cientes de que provavelmente já não a encontrariam com vida, desde a confirmação da morte até à descoberta do corpo foram precisas apenas horas.

Na quarta-feira passada, Nordahl acabou, quando menos se esperava, por confessar a autoria do crime. O motivo da sua decisão soube-se depois: a polícia encontrou uma gota de sangue no porta-bagagens do seu Audi A3, cujo ADN pertencia à menina lusodescendente.

Depois da confissão, o homicida disponibilizou-se para colaborar com a polícia, indicando-lhes o lugar onde enterrou o corpo. Nordahl alegou, contudo, que a morte foi "acidental". Até ao final daquela noite, a polícia conseguiu encontrar o crânio da criança e no dia seguinte as restantes ossadas e até o vestido branco que vestia quando desapareceu.

As dúvidas por desfazer

Chegou assim ao fim o pesadelo da família de Maëlys, que pode finalmente fazer o luto. A família quer, porém, justiça e garantir que o homem não volta a fazer mal a nenhuma outra criança.

Numa publicação no Facebook, a mãe da menina escreveu mesmo que Maëlys "irá perseguir o suspeito dia e noite na prisão até que ele vá parar ao inferno". Vizinhos e amigos não acreditam na teoria de que a morte da criança terá sido acidental e querem garantir que Nordahl não volta a sair da prisão.

A imprensa francesa avança, aliás, que no caso de se confirmar que o ex-militar teve intenção de matar a criança pode incorrer numa pena de prisão perpétua.

Para já, e para que seja possível perceber de facto o que aconteceu, é preciso apurar as causas da morte da criança. Uma equipa de médicos legistas já estará com o caso em mãos, mas este pode ser um processo complexo, dado o tempo que o corpo da criança esteve abandonado na natureza.

A imprensa continua a acompanhar o caso e espera-se que em breve sejam esclarecidas as dúvidas que ainda permanecem por esclarecer.

Este sábado, uma fonte próxima do processo indicou à imprensa francesa que o autor confesso da morte da criança lusodescendente  foi hospitalizado perto de Lyon, na sexta-feira à noite. A mesma fonte garante que "não houve tentativa de homicídio".

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