Em declarações à Lusa, na semana em que o novo conselho de administração entrou em funções, Pedro Sobrado afirmou que está a ser feita "uma análise muito ponderada e criteriosa da casa e do seu funcionamento, dialogando com as chefias intermédias e com as equipas".

"Podemos dizer que, depois de fazermos o balanço, [vamos] tomar balanço para o salto em frente. E a casa enfrenta muitos desafios e desafios muito interessantes em vários planos. Quer no plano da gestão e da sua organização, quer no plano da comunicação e da sua relação com os públicos e da relação com a cidade, quer no plano da internacionalização - que é um desafio muito exigente que teremos de enfrentar neste mandato -, quer no plano patrimonial, inclusive. O TNSJ tem dois monumentos classificados como património. Há desafios grandes para avaliar e temos de tomar balanço para esse salto em frente", afirmou o presidente da instituição localizada no Porto que engloba ao Teatro Nacional São João, o Teatro Carlos Alberto e o Mosteiro de São Bento da Vitória.

Sobrado, que não quis adiantar detalhes sobre projetos futuros, devido à recente entrada em funções, frisou o papel do diretor artístico, Nuno Carinhas, como "parte integrante desse diálogo, de alguém que desenvolve [com o conselho de administração] o seu próprio trabalho e com o qual [o conselho de administração] desenvolve o seu trabalho".

"Portanto, há um diálogo muito estreito e seria prematuro estar a adiantar medidas concretas", ressalvou.

Sobrado encara a sua nomeação pela Secretaria de Estado da Cultura para o cargo como um "reconhecimento da maioridade" da instituição onde trabalha desde 2000 e onde se formou como espectador, editor e dramaturgista.

O novo presidente do conselho de administração do TNSJ disse que é "um sinal de vitalidade, para um teatro, que possa formar aqueles que o vêm a dirigir e a governar".

"O TNSJ formou-me, em primeiro lugar, como espectador, porque comecei a ver teatro de forma mais regular e mais sistemática a partir de 1996, quando Ricardo Pais assume a direção do teatro, e formou-me como espectador, que é alguém que tira consequências do que vê e ouve. Formou-me como editor, como alguém que está mais ligado aos textos dramáticos, à reflexão. Formou-me também como dramaturgista, mais recentemente, nos últimos dez anos", afirmou o novo presidente do conselho de administração do teatro nacional localizado no Porto.

Sobrado, que chegou ao TNSJ em 2000 como assessor de imprensa e estava, desde 2006, no departamento de edições, salienta que "normalmente diz-se que o teatro é uma escola de malandragem, de vício, de maus costumes, mas um teatro como o TNSJ é também uma escola de formação".

"Nesta casa formam-se editores e dramaturgistas, mas formam-se também sonoplastas, desenhadores de luz, atores, espectadores, e que se formem também os seus quadros dirigentes é uma prova de maioridade. No fundo, o que está em jogo, a meu ver, é a minha nomeação não ser um elogio que me é dirigido, é um elogio que é dirigido ao TNSJ. É o reconhecimento da maioridade do TNSJ", declarou.

O novo conselho de administração inclui ainda a vogal Sandra Martins, que faz parte daquele órgão desde 2014, e a gestora cultural Susana Marques.

Pedro Sobrado elogiou ainda o trabalho da antecessora, Francisca Carneiro Fernandes, e realçou que o TNSJ chega às mãos do novo conselho de administração "em condições excecionais".