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Afonso Taira: "O futebol não é um mar de rosas para toda a gente"

É filho de Taira, antigo jogador português, mas garante que a paixão pelo futebol surgiu só a partir dos nove anos. Foi formado no Sporting, notabilizou-se no Estoril e agora representa o Kiryat Shmona. Em entrevista ao Desporto ao Minuto, o jogador de 25 anos diz-se feliz em Israel e já pensa construir família por lá.

Afonso Taira: "O futebol não é um mar de rosas para toda a gente"
Notícias ao Minuto

08:15 - 15/02/18 por Francisco Amaral Santos

Desporto Exclusivo

Afonso Taira tem 25 anos, mas revela-se um jogador com uma maturidade acima da média e com os pés bem assentes na terra. O jogador formado no Sporting, e que brilhou no Estoril, iniciou, no passado verão, uma aventura que teve como destino Israel. No auge da carreira futebolística em termos de maturidade competitiva, o médio português representa agora o Kiryat Shmona e diz não estar arrependido da opção que tomou. 

Em entrevista ao Desporto ao Minuto, Afonso, filho do antigo jogador português Taira, revela os motivos da mudança, garante que até aos nove anos considerava o futebol aborrecido e confessa que não pensa regressar a Portugal. 

Antes de mais, que balanço faz desta experiência em Israel?

A minha vinda para cá foi um pouco às escuras. Apesar de conhecer alguns clubes de Israel quando tomei a decisão, o clube para onde vim, à partida, não era de competições europeias. Nos últimos anos teve algum sucesso, mas acabei por vir um pouco ao desconhecido, porque queria um desafio diferente. Quando cheguei, a exigência era alta, porque os estrangeiros quando são contratados vêm para fazer a diferença e para serem mais valias. Eu não estava propriamente habituado a essa exigência, porque em Portugal sempre fui o menino da casa. Desde o Estoril que foi assim. Parecendo que não, a exigência é sempre menor para quem é da casa. A exigência foi alta logo desde o início e aquelas primeiras semanas foram de adaptação. A partir daí as coisas foram ficando mais fáceis.

E como é o futebol em Israel?

É um futebol que dá espaço para jogar, o que acaba por me beneficiar. O aspeto tático do jogo não é tão forte e eu nisso acabo por ser uma mais valia. Individualmente, comecei a estar num bom nível e os feedbacks têm sido bons. Faço um balanço bastante positivo. Neste momento estamos em sétimo lugar, mas queremos chegar ao sexto para ir ao playoff.Em Portugal o conflito que existe no mundo parece estar muito longe

Sente-se, então, plenamente adaptado?

Neste momento sinto-me muito à vontade nesta realidade.

Que país encontrou?

Nesse aspeto a história já é diferente. Israel é um país muito diferente culturalmente. A forma como se vive a religião é muito diferente em relação ao que se passa em Portugal. Aqui, a religião é o centro do dia das pessoas. Tantos os judeus como os árabes que vivem aqui, como pessoas de outras religiões, quase tudo o que acontece no dia a dia, primeiro pensam na religião e depois vêem o que dá para fazer à volta disso. Por exemplo, o sábado é o dia sagrado deles – equivalente ao nosso domingo. Mas é muito mais levado ao extremo.

Quer dar um exemplo?

Chegam a existir zonas do país em que não se pega no carro nesse dia, não se pode pegar no carro. São coisas assim que acabam por quebrar a rotina diária de uma forma que não estamos habituados. Isso é um grande choque. É um país que acho – agora que já passaram vários meses – que deve ser o mais seguro do mundo, mas é um país onde vemos pessoas a andar de arma na rua com a maior normalidade. Para quem não está habituado, é um choque. Para quem percebe a realidade, percebe que essa é a forma do país ser seguro, porque é um país que está rodeado de inimigos e temos de nos adaptar a isso. Existe sempre um pequeno choque ao início. Para nós, em Portugal, o conflito que existe no mundo parece estar muito longe. Portugal é um país, que à partida, toda a gente gosta. É um país simpático e descontraído. De repente, uma pessoa vem para um país em que a descontração é perigosa para eles. É diferente nesse aspeto e isso a início causa alguma estranheza, mas depois a pessoa habitua-se e acaba por encarar isso com naturalidade. É uma realidade diferente.

Sentiu esse choque cultural?

Existiu esse choque cultural ao início. Por mais que eu tivesse perguntado e estivesse preparado, quando se chega e se vê… é diferente.

Levou a família consigo?

Vivo com a minha namorada. Ajuda bastante, é completamente diferente. A cidade para onde eu vim é uma cidade bastante pequena comparando com Lisboa. Estando sozinho, o ritmo diário é um e tendo alguém ao teu lado torna o dia mais dinâmico. É bom ter alguém com quem falar quando chego a casa. Se não fosse assim tinha de partilhar de outra forma, à distância.

E como lida com essa distância da restante família?

Não é a primeira vez que estou fora, já estive um ano em Córdoba sozinho. Apesar de ser difícil e ter saudades, foi uma situação para qual já estava preparado desde que sou pequenino, porque acompanhei a carreira do meu pai e isso acabou por me fazer ver que é algo natural para um jogador de futebol. Já passei por isto como filho e agora passo como personagem principal desse filme. É uma coisa natural. Custa, há sempre saudades, mas hoje em dia é muito mais fácil falar com as pessoas. Falo com os meus pais quase diariamente e vejo-os muitas vezes através das tecnologias.

Em relação à língua, já aprendeu alguma coisa?

A língua é da direita para a esquerda. Essa é logo a primeira confusão (risos). Mas é difícil, para escrever e para ler é muito difícil. Falada é muito diferente da nossa língua, mas vai se aprendendo aos poucos. Não posso dizer que falo a língua, mas já digo algumas palavras e consigo entender algumas partes. O que salva é que eles falam quase todos inglês. Pelo menos o básico, o que facilita na comunicação.

É assim que se entende com os companheiros de equipa e o treinador?

Sim, tudo o que são situações de treino e de jogo são faladas em inglês. No caso de ser em hebraico, há sempre alguém a tentar traduzir. Não existe nunca o problema de estarem a falar hebraico e eu ficar sem perceber o que aconteceu.

 Esse tipo de dificuldades acabam por te ir preparando melhor para uma carreira profissional, que não é um mar de rosas para toda a gente

Falou na carreira do seu pai. Foi dele que herdou o gosto pelo futebol?

Olhe, não sei. Normalmente os jogadores de futebol têm sempre aquela história de andarem desde pequenos com a bola debaixo dos braços. A minha história não é bem assim. A minha mãe conta sempre que as pessoas perguntavam se eu iria ser igual ao meu pai, ela dizia que achava que não, porque até aos oito/nove anos não ligava nada à bola. Depois, de repente, houve um clique e foi completamente ao contrário. Não sei ao certo. À partida, uma criança com oito/nove anos já gosta de futebol e acompanha o pai e gosta de ir ver os jogos. Eu não gostava e aborrecia-me. Não era algo que eu fizesse desde pequeno. Depois algo mudou e a partir daí foi tudo muito diferente e não consegui largar… até hoje!

Começou no Estoril e depois foi para o Sporting, isto em pequeno. Ainda se lembra dessa fase?

A minha ida para o Estoril foi por proximidade de casa. Sou de Carcavelos e no último ano de carreira do meu pai, ele decidiu voltar para jogar no Oriental. Nessa altura já tinha o bichinho e queria jogar. Acabei por ir para o Estoril, que, na altura, era um clube que não tinha histórico na I Liga, portanto não foi nenhuma opção estratégica. O primeiro ano até ficou marcado por uma lesão de crescimento que me tirou muitos meses. No ano seguinte, as coisas correram bem e foram mais as seleções distritais  que ditaram a minha ida para o Sporting. Foi num campeonato de sub-14, creio eu, que o Sporting e o Benfica me abordaram. Acabei por optar pelo Sporting. Na altura não foi uma decisão fácil porque não tinha qualquer afeição a nenhum dos clubes. Vinha de Espanha e não era do Benfica nem do Sporting. A minha decisão baseou-se em quem se aproximou primeiro e quem falou comigo primeiro.

Notícias ao MinutoAfonso Taira veste a camisola 27 no Kiryat Shmona© Erez Yaakovi

Sente que foi a melhor opção?

Foi uma decisão muito acertada. Acabei por ter seis anos no Sporting bastante preenchidos e passei por tudo. Passei por ser titular e uma das figuras mais importantes, passei pela fase de não jogar e não ser convocado. Cheguei às seleções nacionais, cheguei a capitão no Sporting e fui também sub-capitão nas seleções. Portanto, passei essas fases todas no Sporting. As memórias que tenho são diversas, tantos das coisas boas como das más. Sempre que olho para trás, sinto que foi mais rico esse percurso do que, por exemplo, um percurso de jogador de destaque. O facto de passarmos as etapas de formação em situações menos agradáveis, de não jogar ou ser suplente, acaba por nos preparar para o futebol sénior. Já se sabe que sendo craque na formação, existem sempre dois ou três anos em que temos de lutar e ultrapassar uma série de obstáculos. Nomeadamente quando se vem do Sporting e se chega à II Liga portuguesa, onde o futebol é completamente diferente e onde a qualidade não é o fator mais importante para se jogar. Há uma série de outros valores que são necessários enquanto jogador e que no Sporting acaba por não se aprender. Isto porque o Sporting é uma formação que passa 80% dos jogos com bola e isso não é a realidade da II Liga. Esse tipo de dificuldades acabam por te ir preparando melhor para uma carreira profissional, que não é um mar de rosas para toda a gente.

Depois do Sporting, segue-se a experiência em Espanha…

Após o meu último ano de júnior no Sporting fui para o Córdoba. Na altura, não cheguei a assinar contrato profissional com o Sporting, nem como júnior como acontece com muitos jogadores, acabou por não se dar esse passo. Foi uma decisão mútua. Tanto minha como do Sporting. Acabou por se decidir assim e procurei um novo desafio. Procurei ir para um futebol em que pudesse dar um salto de crescimento. Ir para fora é sempre exigente, tanto que no primeiro ano mal joguei. Fiz quatro jogos. Foi um ano difícil, mas pronto. Acabou por ser mais exigente do que eu estava à espera, mas depois encontrei o volume de jogo que tanto procurava.

Mais tarde regressa ao Estoril…

Foi um regressar a casa, mas a uma casa bem diferente daquela de que eu sai. O Estoril, nos anos que eu estive fora, foi crescendo muito. Eu saí de um Estoril que estava na II Liga e regresso a um Estoril que está em quarto lugar na I Liga. Era um clube bastante transformado e, apesar de sentir o mesmo feeling de voltar a vestir a camisola do Estoril, tinha a noção que as exigências eram muito diferentes. Eu queria adaptar-me, e o Estoril acabou por ser o clube ideal para eu dar o salto para a I Liga. O primeiro ano ainda foi um ano para ganhar espaço, sendo que os dois seguintes foram anos de total afirmação.

Notícias ao MinutoAfonso Taira em ação num Sporting-Estoril© Global Imagens

E continua a acompanhar a equipa da Linha?

Continuo, claro. Tanto através dos jogos e da imprensa, como pelos jogadores que ainda lá estão. Soube que o início foi mesmo duro. A saída de vários jogadores, a entrada de outros tantos, que apesar de terem valor, precisam de um período de adaptação. Mas essa é a realidade do Estoril, todos os anos existem grandes mudanças no plantel. Isso cria dificuldades ao início. Esta época foi mais duro e mais difícil, apesar de ultimamente se notar uma equipa mais ousada e determinada. Agora é ir atrás do prejuízo, mas tenho a certeza que vão terminar a temporada de forma tranquila. Tenho toda a confiança que vão entrar numa boa maré e arrecadar uma série de vitorias. Tenho a certeza que vão assegurar a permanência.

E o futebol português também acompanha?

É difícil... Para ver os jogos tem de ser através da internet que não é a melhor maneira. É raro passar aqui algum jogo do campeonato português. Vou acompanhando mais através das notícias, através das aplicações de resultados e vou vendo o que está a ser feito. Tenho visto no topo uma luta mais renhida do que nos últimos anos. Deve estar a ser mais agradável para quem gosta de futebol.

Os israelitas conhecem bem o futebol português?

Eles conhecem as equipas grandes, conhecem as equipas que têm estado nas competições europeias. Falam muito do Sp. Braga, conhecem o Rio Ave… O Estoril também jogou com uma equipa aqui de Israel há uns anos. Estão habituados em ouvir falar das equipas portuguesas e especialmente as seleções. Para além da A, conhecem muito bem as seleções jovens. Têm todos memórias, porque na minha equipa há muitos jogadores jovens que vêm das seleções jovens nacionais e todos eles têm a memória de jogar contra Portugal e de sentirem que éramos muito superiores a eles. Falam-me sempre de Portugal com muita admiração em relação às seleções jovens. É engraçado ouvi-los falar dos jogadores contra quem já jogaram e do que esses jogadores fizeram contra eles. É engraçado ouvi-los a falar deles com admiração. O campeonato português não acompanham, mas falam dos jogadores que vieram para cá. Falam muito do Miguel Vítor. Recentemente, também recordaram a passagem do Adrien pelo Maccabi Haifa, que não foi muito feliz, mas lembram-se dele. Acho que conhecem o suficiente do nosso futebol.

Que noção têm eles de Portugal enquanto país?

Qualquer pessoa que me pergunta de onde eu sou e eu digo Portugal, fica admirada. Dizem que é um país fantástico. Às vezes até pergunto: 'Mas já lá esteve? - Não, não estive, mas quero visitar porque já me falaram super bem'. Têm uma imagem super positiva do nosso país. Toda a gente tem muito boa impressão de Portugal. É sempre agradável ouvir as pessoas falarem bem de Portugal.

Eles foram bons anfitriões para si?

Sinto que fui bem recebido. É um país com muito mistura cultural, religiosa e étnica. Acaba por ser um país muito variado culturalmente. O norte e o sul são bastante diferentes. O norte, onde eu estou, é um sítio em que toda a gente é muito calorosa e as pessoas são bastante parecidas às de Portugal. Nunca tive problema algum, as pessoas ficam sempre curiosas por saberem de onde venho, estão sempre dispostas a ajudar e perguntam-me se estou bem. Mas estas também são características de cidades mais pequenas. Indo a Telavive, as coisas já não são assim. Mas é normal, o ritmo de vida é outro. As cidades grandes dão menos espaço a esse tipo de amabilidade e receção. Mas até agora, a minha experiência tem sido boa.

E já explorou a parte sul?

Aquilo que explorei foi um bocado a aproveitar as boleias dos jogos que temos fora. Há muitos jogos em Telavive, que não é considerado sul, mas sim centro, e abaixo disso não existem muitas mais cidades. Portanto, Telavive vou conhecendo um bocadinho. Tenho tentado explorar mas é difícil porque a cidade onde eu estou é longe das cidades grandes. Tenho explorado mais o lado norte, há muitos sítios históricos para visitar. Este país acaba por ser muito histórico para os cristãos. Para quem cresce com o cristianismo acaba por ser um pais muito importante porque tem muitas das raízes da religião. Toda a zona do Norte, a zona de Jerusalém, tem sítios muito relevantes para a religião.

Quero ser o melhor da minha rua

E como são os adeptos?

Depende dos clubes. O Kiryat Shmona não tem muitos adeptos, não tem uma massa adepta muito grande. São apaixonados pelo clube, mas são poucos. É um bocadinho parecido com Portugal. É pessoal que canta mais, que grita mais e que faz mais barulho do que em Portugal, mas a dinâmica é parecida: as clubes pequenos têm pouca gente e os clubes grande têm muita gente. São um pouco mais emotivos do que em Portugal.

Já tem planos para o futuro?

Neste momento, quando decidi vir para cá, a minha ambição passou por chegar a um grande aqui, tal como era em Portugal. Tenho dois anos de contrato e a ideia é, nestes dois anos, poder mostrar o meu valor e tentar chegar a um clube maior em Israel. Essa é a minha ambição, não tenho ambição de voltar [a Portugal], nem de ir para o país tal. A minha realidade é Israel. É cá que me quero afirmar, é no meu clube que me quero afirmar, e quero espreitar os clubes grandes de Israel. É esse o meu objetivo. Se as coisas correrem bem até posso chamar a atenção de clubes de outros países, mas não é nisso que estou focado.

E sonhos, ainda tem?

Se fosse me perguntar onde gostaria de chegar, eu diria a Itália. Acho que é o futebol que se encaixa mais comigo, mas já me passou a fase de ter o sonho de jogar no clube x ou y. Conforme se vai avançando na carreira, há duas realidades. Há jogadores que são constantemente surpreendidos pelo mercado pela positiva e há jogadores que são surpreendidos de forma negativa. Eu não tenho tido as melhores surpresas e isso acaba por fazer com que o jogador passe a funcionar de forma mais realista. Esse tem sido o meu caminho. Nada me caiu em cima sem eu estar à espera, sem se justificar. Foi todo um trajeto bastante sofrido, duro, difícil e trabalhado. Neste momento, estando nesta realidade, o meu objetivo é chegar ao topo de onde estou. Quero ser o melhor da minha rua, mas transportando isso para a realidade profissional.

Falou num trajeto sofrido. Esse percurso ajudou-o a ser melhor?

Ajudou-me a crescer, especialmente como pessoa. Como jogador, qualquer percurso te faz crescer. O futebol é um mundo dinâmico, nunca estático. Tu hoje és melhor ou és pior do que ontem, nunca és igual. Qualquer trajeto acaba por transformar o jogador. Já como homem, este trajeto trouxe-me muito. Neste momento, o meu mundo é o futebol, mas tenho de ir pensando no resto da vida. Acho que este trajeto é mais rico, com mais capacidade de sofrimento, do que algum outro trajeto. Não estou minimamente arrependido do meu trajeto, acho que me está a dar o que eu preciso para o resto da minha vida. Mas a verdade é que não é um trajeto em que possa dizer que as coisas me caíram em cima ou que alguém me trouxe algo de espetacular sem eu estar à espera.

Mas acredita que lhe faltou um bocadinho de sorte para chegar mais longe?

Não posso dizer que se trata de sorte. Acho que o jogador precisa, em certos momentos, de alguém que acredite nele, que aposte nele, correndo o risco de que, caso corra mal, lhe peçam explicações. Creio que é preciso alguém que esteja disposto a dar esse passo. Penso que isso não aconteceu na minha carreira de forma consistente.

Quais os desejos para 2018?

Neste momento é pensar no meu casamento. Vou casar com a Mariana em junho e esse é o desejo mais importante para mim. Espero que tudo corra bem, que seja feliz e que seja o início da nossa família. E de uma família que irá crescer aqui em Israel.

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