"Em 2005 foi a última vez que país teve um projeto de desenvolvimento"
O antigo primeiro-ministro, José Sócrates, foi entrevistado pelas plataformas online É Apenas Fumaça e ao BAGABAGA STUDIOS.
© Global Imagens
Política José Sócrates
José Sócrates cedeu uma entrevista ao É Apenas Fumaça e ao BAGABAGA STUDIOS, onde abordou diversos temas, desde energias renováveis, às questões florestais, passando pelo governo que liderou, educação e pelos processos de que é alvo por parte da justiça.
Na opinião do antigo primeiro-ministro, “a última vez em que o país teve uma ideia para o seu desenvolvimento, em que houve um partido que apresentou a sua perspetiva para a modernização do país foi quando apresentámos um plano tecnológico”.
O seu governo tinha um “plano tecnológico”, em que era tido em conta uma “governação com rigor nas Finanças Públicas, o equilíbrio das contas públicas”, mas não só, assegurando que a modernização nunca foi esquecida, porque era necessário “ter melhor economia e crescimento económico”.
Seguem-se exemplos como as “energias renováveis, educação, ciência, aposta no conhecimento, modernização de infraestruturas, aposta nas tecnologias da informação e comunicação”.
Aliás, um dos grandes êxitos lusos dos últimos anos não deve, no entender de José Sócrates, ser esquecido como algo que começou no seu governo. “Isto que aconteceu no nosso país com o WebSummit só foi possível porque houve um longo caminho percorrido desde 2005 de aposta nas Tecnologias da Informação e Comunicação”.
“Fomos nós que lançámos a simplificação administrativa, a ideia que tínhamos de nos transformar num país menos burocrático, com uma administração ao serviço do cidadão”, refere, ao reforçar que “em 2005 foi a última vez que o país teve um projeto de desenvolvimento, tinha uma ideia clara de como fazer”.
Em relação ao défice, José Sócrates assegura que quando chegou ao governo lhe foi dito “que a situação era uma e a situação era exatamente outra, porque o governo anterior tinha feito um programa que nos levaria a um défice de 6,83%”.
“Fizemos uma política de rigor orçamental que não transformava a questão orçamental na única questão da política, ao mesmo tempo que fizemos um esforço para reduzir o défice orçamental, fizemos também um esforço para aumentar as capacidades para o crescimento económico”, diz.
Tudo acaba por mudar de rumo quando, “em 2010, a política europeia mudou completamente e veio aí a austeridade imposta à Europa”, o que é considerado por si “um erro económico devastador”.
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