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Mala Voadora acolhe três espetáculos de criadores britânicos no Porto

A companhia de teatro Mala Voadora vai receber no seu espaço, no Porto, de quinta-feira a domingo, três espetáculos de criadores britânicos, na quarta edição do ciclo de programação 'Uma Família Inglesa'.

Mala Voadora acolhe três espetáculos de criadores britânicos no Porto
Notícias ao Minuto

13:45 - 14/02/18 por Lusa

Cultura Teatro

De quinta-feira a domingo, vão passar pelo espaço da Mala Voadora os espetáculos "History, History, History", de Deborah Pearson, 'Story #1', de Greg Wohead e Rachel Mars, e 'I Could Go On Singing (Over the Rainbow)', de FK Alexander.

A ideia de 'Uma Família Inglesa' sempre foi programar "espetáculos com artistas diretamente ligados à companhia" e aos trabalhos dos seus membros, explicou à Lusa o diretor artístico Jorge Andrade, que deu o exemplo de Chris Thorpe, um dos primeiros colaboradores que se tornou "um dos 'primos' ingleses que iam recomendando outros primos".

"Esta família [de 2018] já é a partir de primos, a partir de primos, a partir de primos, as famílias alargam-se assim", contou.

A programação deixa o diretor artístico "bastante orgulhoso", mesmo que tenha sido conseguida "ainda com bastante dificuldade e esforço que não é só [da companhia] mas também dos artistas", depois de em 2017 terem apresentado apenas um espetáculo, "Triple Threat", de Lucy McCormick, devido a restrições financeiras.

"O ano passado, devido ao dinheiro que a Mala Voadora recebeu de subsídio, tivemos uma Família Inglesa 'monoparental', mas este ano voltamos a ter o ciclo em cheio", atirou Jorge Andrade.

A expectativa "é de ter a lotação esgotada" e o ano de 2018 marca o reforço do número de apresentações, com duas récitas por cada peça, uma por dia, com a exceção da peça de FK Alexander, numa estratégia que surgiu "em articulação com outros espaços da cidade".

"Felizmente, o Porto tem vindo a ter uma programação cultural diversificada e internacional bastante interessante. Ainda assim, dentro disso, havia um nicho que, por afinidade, podíamos optar por explorar, que é o teatro inglês", adiantou Jorge Andrade.

No sábado e no domingo, pelas 22:00, será apresentada 'History, History, History', trabalho da britânica Deborah Pearson, que se estreou em Portugal a 22 de fevereiro, na Culturgest, e que chega ao Porto pela primeira vez.

Em palco, será projetada uma comédia húngara em torno do futebol, que se deveria ter estreado a 23 de outubro de 1956, no Corvin Cinema, sede da revolução naquele país.

A obra é "legendada e comentada pela Deborah", conta Jorge Andrade, que revela que o protagonista seria "o próprio avô, antes de emigrar para o Canadá", para construir "um paralelo entre a história de um indivíduo, um país, e uma história de ficção", o que se constituiu como "o corolário perfeito" para o ciclo.

Além da peça em si, o convite à artista britânica assenta também na vontade de "uma colaboração futura" entre a Mala Voadora e Pearson, bem como o grupo que fundou, os Forest Fringe, até porque o espetáculo é próximo da linguagem de antigos espetáculos da Mala Voadora, como 'Moçambique', que também versa sobre "um indivíduo que reescreve a história de um país".

'Story #1', do norte-americano Greg Wohead e a britânica Rachel Mars, é uma reflexão sobre o lugar do teatro numa sociedade ávida de 'reality shows' e redes sociais, apresentada na sexta-feira pelas 22:00 e no sábado pelas 18:00

Greg Wohead, que esteve em residência artística na Mala Voadora em 2017, juntou-se a Mars, finalista do Prémio Oxford Samuel Beckett Theatre Trust em 2016 e artista associada da Birkbeck University, para a criação de uma obra que questiona "como se pode tornar único o momento teatral de estar em frente a uma plateia".

O espetáculo de Alexander, visto em Edimburgo por Jorge Andrade e José Capela, é "uma experiência única", na qual a performer canta uma versão de "Somewhere Over the Rainbow", acompanhada pela voz de Judy Garland e a dupla de 'noise' Okishima Island Tourist Association, para um único membro do público de cada vez, que tem de se aproximar da artista.

"I Could Go On (Singing over the rainbow)" será apresentado durante uma hora pelas 22:00 de quinta-feira, mas tem também uma versão de várias horas, que em 2016 venceu, no festival Fringe de Edimburgo, o prémio para Artista Emergente e o Autopsy Award, ambos para FK Alexander.

Além das apresentações, 'Uma Família Inglesa' conta ainda com uma residência de escrita, do português Xavier de Sousa, residente em Brighton, Inglaterra, com o natural de Montemor-o-Velho a trabalhar numa adaptação do espetáculo "Post", atualmente em digressão, para "o contexto pós colonial português".

Sousa é um "velho conhecido" da companhia portuense, depois de se encontrarem "muitas vezes no festival de Montemor-o-Velho", e por isso o convite "foi bastante natural e familiar".

Além disso, o artista português vai "investigar interpretação de linguagem e processos de adaptação em performance para um novo espetáculo, 'Time/Colonia', que está a desenvolver com comunidades de imigrantes e refugiados em Inglaterra", explica a Mala Voadora em comunicado.

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