União Europeia "deve descobrir" novas formas de ajudar alunos sírios
O comissário europeu para a Ajuda Humanitária considerou hoje em Lisboa que a Europa tem de "descobrir novas formas de apoiar os estudantes sírios", que hoje lhe pediram o alargamento do programa Erasmus por forma a incluí-los.
© Reuters
Mundo Comissário europeu
O cipriota Christos Stylianides falava no decorrer de um encontro, em Lisboa, com estudantes sírios que integram a Plataforma Global de Assistência Académica de Emergência para Estudantes Sírios, uma iniciativa do ex-Presidente português Jorge Sampaio.
Na conversa com os alunos, na reitoria da Universidade de Lisboa, o sírio Ali Kordia, que estuda Robótica no Instituto Superior Técnico de Lisboa, apelou a Stylianides para que os estudantes do seu país possam candidatar-se ao Programa de intercâmbio Erasmus nas mesmas condições dos alunos dos Estados-membros da UE.
Stylianides, que tinha acabado de se reunir com Jorge Sampaio, respondeu que tinha "uma mensagem sobre a extensão do Erasmus, o alargamento do Erasmus para fora da Europa".
"Estamos a tentar descobrir novas formas de providenciar apoio europeu aos estudantes sírios", disse o comissário, mas admitiu que será preciso "vencer os obstáculos burocráticos" da UE, que "tem muitas regras".
"Mas acho que é muito importante descobrir formas de mostrar que a UE tem uma cara humana, e que, ao mesmo tempo, pela flexibilidade, pode proporcionar assistência nestes circunstancias tão extremas para os estudantes. Porque vocês são o futuro do vosso país", salientou.
Presente no encontro, Jorge Sampaio agradeceu ao comissário e à sua equipa a sua presença em Lisboa, afirmando que pensou "que seria interessante ouvirem as vozes daqueles que já passaram por tanto e que resistiram".
"Espero que as nossas reuniões o possam estimular [no sentido de agir] - peço perdão, sr. Comissário, por ser tão franco em frente à imprensa - mas fiquei muito contente por ter visto um facto muito importante: é que isto é possível", disse o ex-Presidente da República.
O programa fundado em 2013 por Jorge Sampaio - a Plataforma Global de Assistência Académica de Emergência para Estudantes Sírios - já permitiu o acolhimento em Portugal (e a continuação dos estudos) de várias dezenas de estudantes daquele país em guerra.
"Se combinarmos todas as possibilidades que estão disponíveis, isto é possível", insistiu Sampaio. Stylianides respondeu com um sorriso.
Questionado à margem do encontro sobre que tipo de ajuda adicional a UE poderia trazer a estes estudantes, Jorge Sampaio disse que "há programas que podem ser canalizados".
"O que estamos a tratar é como é que o Erasmus pode ser aplicado a este tipo de estudantes e que mecanismos são necessários para que isso aconteça. O comissário é muito aberto a isto, mas [a UE] tem regras muito pesadas que não lhe permitem, além do Erasmus, fazer outras coisas. É preciso ter paciência e bater a muitas portas", referiu.
Anteriormente, já o comissário tinha dito que "Portugal está a liderar pelo exemplo no acolhimento de refugidos sírios".
"Quero congratular, em primeiro lugar, o povo português pela sua generosidade, mas também o governo, a Academia e, acima de todos, o Presidente Jorge Sampaio pela sua iniciativa", disse Stylianides.
Os estudantes provenientes da Síria, por seu lado, reconheceram a boa integração em Portugal, quer na sociedade quer na universidade. Vários estão a fazer estudos superiores em áreas tão diversas como a Robótica, a Arquitectura, Direito Internacional ou Matemática.
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