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S. João diz que Estabelecimento Prisional do Porto eliminou a hepatite C

O acompanhamento iniciado há um ano no Estabelecimento Prisional do Porto aos indivíduos infetados pelo vírus da hepatite C atingiu o seu objetivo, "eliminando a doença", anunciou hoje o Centro Hospitalar São João (CHSJ).

S. João diz que Estabelecimento Prisional do Porto eliminou a hepatite C
Notícias ao Minuto

17:55 - 09/02/18 por Lusa

País Hospital

Em comunicado enviado à agência Lusa, o hospital informa que "um ano após a assinatura do protocolo de cooperação entre o Centro Hospitalar São João e a Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), o projeto atingiu o seu objetivo: eliminar a doença nesta população, por natureza, exposta ao risco".

Ao longo de um ano, o Serviço de Gastrenterologia do CHSJ "deslocou os seus profissionais, tanto à prisão masculina (em Custóias) como à feminina (em Santa Cruz do Bispo), para realizar as consultas de especialidade de doenças do fígado, promover os procedimentos diagnósticos adequados e facultar a medicação que permitiu a cura da hepatite C na quase totalidade dos reclusos tratados para esse efeito", explicou Guilherme Macedo, diretor do Serviço de Gastrenterologia do CHSJ, citado no comunicado.

O "projeto pioneiro" desenvolvido em conjunto com o médico responsável do Estabelecimento Prisional do Porto, Rui Morgado "motivou e entusiasmou bastante os envolvidos, profissionais de saúde e utentes das prisões", vincando Guilherme Macedo que estes "não receberam qualquer compensação monetária", evitando, além disso, "mais de 600 deslocações em carros celulares dos reclusos às consultas".

"Promoveu-se a eliminação da taxa de hepatite C no Estabelecimento Prisional do Porto", congratulou-se o clínico.

E acrescentou: "esta situação acarretou um impacto social brutal, na medida em que se conseguiu eliminar o vírus, através de novas modalidades terapêuticas, numa franja da população considerada como carenciada para estes tratamentos e que é apontada como um grupo reservatório de potencial perpetuação da infeção na comunidade".

Ainda segundo a nota informativa, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a "eliminação da hepatite C uma prioridade de saúde pública à escala global" sendo que a "taxa de sucesso terapêutico superior a 95%, acompanhada pela segurança e simplicidade da utilização dos compostos para esse efeito, tornou possível a adoção dessa estratégia global da OMS".

À Lusa, DGRSP esclareceu que ao protocolo de cooperação assinado a 02 de janeiro de 2017 entre a Direção dos Serviços Prisionais e o CHSJ foi feita uma primeira adenda a 31 de março "para a realização das mesmas consultas às reclusas do Estabelecimento Prisional de Santa Cruz do Bispo".

Acrescenta a DGRSP que no âmbito do tratamento "foram até ao momento consultados cerca de 80 reclusos" em Custóias, "dos quais 60 terminaram o tratamento" além de cerca de "15 reclusas do EP Santa Cruz do Bispo".

"Com a publicação do despacho conjunto que determinou a criação de uma rede de referenciação hospitalar do Serviço Nacional de Saúde, no âmbito da infeção por VIH e das hepatites virais para a população reclusa e do despacho que define essa rede de referenciação irão ser assinados protocolos entre os restantes estabelecimentos hospitalares e prisionais no prazo estipulado no despacho", conclui a DGRSP.

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