Abstinência sexual? "Fiquei perplexo com ingerência da Igreja"
Joaquim Jorge ficou "perplexo" com as polémicas declarações do cardeal-patriarca de Lisboa.
© Joaquim Jorge
Política Joaquim Jorge
D. Manuel Clemente recomenda que os casais que vivam em “situação irregular”, por ainda não terem o seu anterior casamento regularizado, devem abster-se de ter relações sexuais.
“Fiquei perplexo! A constante ingerência da Igreja na vida das pessoas”. É desta forma que Joaquim Jorge reage, num texto de opinião escrito para o Notícias ao Minuto, às declarações polémicas do cardeal-patriarca de Lisboa.
Admitindo ser um "agnóstico", o fundador do Clube dos Pensadores considera que “a Igreja nunca soube resolver a questão da sexualidade, contudo deveria fazer um ato de contrição orando pela tristeza de ter no seu seio tantos pedófilos e alguns deles encobertos que não foram condenados”.
“Portugal é um país soberano e laico, não há o direito de o Vaticano vir impor comportamentos a outro Estado”, frisou, ressalvando que “em Portugal há uma separação entre Estado e Igreja. Por vezes, o nosso Estado gosta de se tornar nosso ‘paizinho’ e dizer-nos o que devemos fazer, agora, é a nossa Igreja que se quer tornar nossa ‘mãezinha’”.
Na opinião de Joaquim Jorge, a Igreja tem de “evoluir e perceber que não manda no corpo das pessoas”.
O biólogo revela até perceber a “preocupação da Igreja na banalização do divórcio, mas até dominar o comportamento dos católicos vai uma grande distância”.
“Ter sexo ou não isso é com cada um ou cada uma. É algo íntimo e de foro privado. Não há o direito de vir alguém de fora seja quem for dizer o que se deve fazer. Recomendações deste tipo só levam a que cada vez um maior número de católicos o deixe de ser”, refere.
Neste sentido, Joaquim Jorge defende que “a Igreja tem de evoluir e adaptar-se aos seus crentes”.
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