"Estou muito feliz por liderar o Eurogrupo", foram as declarações deixadas por Mário Centeno logo à entrada da reunião entre os ministros das Finanças da Zona Euro. Sabendo que o esperava uma agenda preenchida, Centeno terminou prometendo uma reforma da zona euro que a torne "mais forte".

Depois das reuniões com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, Centeno dirigiu-se para a reunião do Eurogrupo onde o esperavam os 19 representantes dos países que utilizam a moeda única.

Remarks to the press ahead of the Eurogroup meeting. "We have a big agenda for the euro area in the next 2.5 years, and I am very happy to lead the Eurogroup" in this period. https://t.co/Kjdy33lSF2 pic.twitter.com/iyt0RsTWrd

— Mário Centeno (@mariofcenteno) January 22, 2018

Em defesa da expansão da zona euro

Em declarações à entrada da reunião e questionado sobre a vontade manifestada pela Bulgária de, em breve, aderir à zona euro, Centeno disse que, "politicamente", a sua mensagem "é muito clara", e vai no mesmo sentido daquela já transmitida por Juncker.

"Há um conjunto de critérios que a Bulgária neste momento satisfaz, precisamos de fazer uma análise conjunta quando e se tal for solicitado pelas autoridades búlgaras, mas a mensagem política que eu queria deixar é que temos de olhar de uma forma muito positiva e construtiva para essa expansão, alargamento da zona euro", referiu Centeno.

O primeiro discurso

Na conclusão do encontro, Centeno disse que foram discutidas as "prioridades políticas" para a zona euro em 2018 e que os membros dos 19 países chegaram a acordo em cinco áreas fundamentais.

“Concordamos com cinco recomendações para uma zona euro focada no crescimento e no emprego, nas questões orçamentais, no funcionamento do mercado de trabalho, no setor financeiro e na arquitetura da zona euro”, disse Centeno.

Sobre Portugal, o líder do Eurogrupo disse que o país foi tema de discussão, mas não acrescentou detalhes sobre o que foi falado.

#Eurogroup reached a political agreement on the 3rd review of #Greece programme. This will enable the disbursement of the next tranche. Find out more: https://t.co/TvXa0RjoQJ pic.twitter.com/WII1MoyAjQ

— EU Council (@EUCouncil) January 22, 2018

"Boas notícias" para a Grécia

Mário Centeno anunciou que o Eurogrupo chegou a um acordo político sobre a terceira revisão do programa de ajuda à Grécia, o que permite um novo desembolso já no próximo mês no valor de 6,7 mil milhões de euros.

“Sobre a Grécia há boas notícias. Alcançámos um acordo político sobre a terceira revisão do programa do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). Saudámos a adoção de quase todas as ações prévias e mandatámos o grupo de trabalho do Eurogrupo para verificar a conclusão das restantes nas próximas semanas", comentou Centeno.

"Momento de otimismo"

A estreia de Mário Centeno como presidente do Eurogrupo foi um dos temas analisados por Miguel Sousa Tavares no habitual espaço de opinião, na antena da SIC. Para o jornalista, o ministro das Finanças português entra no Eurogrupo num bom momento.

“Centeno entra [no Eurogrupo] num momento de otimismo, com uma agenda muito vasta, sobretudo de temas que até então eram tabus, mas para os quais parece haver convergência para que haja acordo”, referiu.

Moscovici saúda "belo golo" de Centeno

Na conferência de imprensa conjunta, no final da reunião, Pierre Moscovici, dirigindo-se ao novo presidente do Eurogrupo, felicitou-o pelo trabalho realizado e recuperou a analogia futebolística lançada pelo antigo ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, que "batizou" Centeno como "o Ronaldo do Ecofin".

"Bravo pela tua excelente gestão deste primeiro encontro do Eurogrupo sob a tua presidência. Sabes que tens o apoio da Comissão e o meu. Digo-o como comissário e como amigo. Todos aqui sabem como chamamos ao Mário: dizemos que é o Ronaldo da economia portuguesa, e acontece que logo na sua primeira prestação, no seu primeiro jogo, marcou um belo golo, marcámo-lo coletivamente contigo, e saúdo a decisão do Eurogrupo de fechar a terceira revisão do programa grego", elogiou o comissário francês.