"O primeiro-ministro bem tenta mover as pedras da montanha..."
Sobre o tema da descentralização, Ascenso Simões repara que o primeiro-ministro e o ministro com a pasta das autarquias "bem tentam mover as pedras da montanha para que o país possa ter um processo limpo, mas que "há quem, no PS e no Governo, se não integre nessa mesma onda".
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Política Descentralização
Ascenso Simões assina um artigo de opinião, no jornal Acção Socialista, dedicado ao tema da descentralização, considerando que "há quem, no PS e no Governo, se não integre a mesma onda [do primeiro-ministro], se negue a cada momento perante as evidências de um outro tempo na relação com as autarquias"
O processo de descentralização que está em caminho, atira em tom de crítica, “está bom, para muitos, desde que se possa limitar aos vidros partidos das escolas, às chatices com o recrutamento de pessoal menor, desde que implique as coisas pequenas que a administração central não quer, que abomina”.
“Assim, os grandes protagonistas ficarão com o jogo europeu, as negociações internacionais, com as grandes políticas, tudo coisas de eleitos e de prémios Nobel”, completa, frisando que a política “exige mais” e que - “felizmente poucos” – dos protagonistas “não comportam andamento para os desafios da velocidade da vida social e económica".
E para ilustrar o que diz, o socialista aborda dois temas “que demonstram bem a negação da bondade da descentralização”. São eles: o alojamento local e as plataformas tecnológicas como a Uber.
No primeiro caso, Ascenso Simões coloca a questão que considera ser central: “As regras de aplicação devem ser impostas pela governação nacional ou devem ser determinadas pelas autarquias? “Até o bom senso nos recomenda, as questões do alojamento local devem ser ponderadas, mediante um regime global que determine as linhas gerais, pelas câmaras e pelas assembleias municipais”, defende.
Quanto à Uber, constata que “há quem queira determinar tudo ao pormenor”. “Não há qualquer racional para que as questões da convivência entre transportes públicos, táxis, tuc-tuc’s e “ubers” só pode ser bem tratadas se forem as câmaras e as assembleias municipais a trabalharem a questão com as políticas de cidade”.
Estes são casos que levam o socialista a concluir que a “inteligência política e o bom-senso não estão espalhados de forma equilibrada e calibrada”. “Mas é exatamente por isso que importa que não se observe uma visão meramente administrativa das matérias, que se façam sentar os que, por dureza, olham estes temas de forma passional”.
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