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Kastelo de Matosinhos deu esperança a 66 crianças em cuidados continuados

Com 66 jovens apoiados desde junho de 2016, o projeto-piloto da Casa do Kastelo, primeira unidade de cuidados continuados pediátricos da Península Ibérica, em Matosinhos, passou em 2018 a integrar a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados.

Kastelo de Matosinhos deu esperança a 66 crianças em cuidados continuados
Notícias ao Minuto

10:17 - 14/01/18 por Lusa

País Carreira

A diretora da Casa do Kastelo, Teresa Fraga, explicou à Lusa a filosofia de um projeto que quer "aumentar a vida dos dias das crianças", numa unidade "que não pode ter uma filosofia hospitalar, em que estas ficam nos quartos, mas antes onde desfrutam de um ambiente familiar, assim lhes prolongando a vida pela qualidade que lhes é oferecida".

Criado pela Associação Nomeiodonada, para apoiar as crianças que somavam meses nos hospitais do Porto, a Casa do Kastelo, segundo a diretora, "nasceu para dar aos doentes dos zero aos 18 anos um apoio inexistente em Portugal", tendo "desde 24 de junho de 2016 apoiado 66 deles, 39 em internamento e 27 em regime de ambulatório".

Estimando que haja "mais 6.000 crianças em Portugal a precisar de cuidados continuados", Teresa Fraga revelou que no país, "em cada oito crianças com doença crónica, três são do foro oncológico", um cenário espelhado nas 20 que estão hoje em dia aos cuidados dos profissionais da unidade em São Mamede de Infesta.

O apoio estende-se a dez camas para internamento e dez na unidade de ambulatório, havendo mais uma dezena sem utilização, por não estarem ainda contratualizados os apoios com a Segurança Social.

A par disto, os familiares "dispõem de um T3 cedido, pela Câmara do Porto, e de um quarto na Casa do Kastelo" que acolhe mais três pessoas do mesmo sexo, descreveu a responsável.

A equipa é formada por 11 auxiliares, 11 enfermeiros, uma educadora, um professor, duas fisioterapeutas, um terapeuta da fala, um terapeuta ocupacional, três pediatras, uma psicóloga e uma assistente social que diariamente se "esforçam para que as crianças tenham uma vida normal", beneficiando ainda as que estão em idade escolar de um "intercâmbio com as respetivas escolas para que continuem, em aulas individuais, o seu percurso de aprendizagem".

Resultado de um investimento da Câmara de Matosinhos que rondou o meio milhar de euros, a Casa do Kastelo situa-se num antigo solar que pertenceu ao Centro Hospitalar do Porto e que foi oferecido pelo antigo presidente do Conselho de Administração, Sollari Allegro.

Joana Vilela é mãe de uma criança de quatro anos apoiada na Casa do Kastelo e que, desde os 19 meses, altura em que sofreu um traumatismo craniano, "passou mês e meio nos cuidados intensivos do hospital, depois mais nove meses no 'Internamento do Joãozinho' do Hospital São João e mais oito meses no Centro de Reabilitação, em Vila Nova de Gaia".

"Aqui sentimos que temos uma outra família e o meu filho tem recuperado muito bem, fruto do grande apoio que tem recebido", descreveu à Lusa a mãe do pequeno Rafael, de quatro anos, ao mesmo tempo que testemunha outras aprendizagens, enquanto pais e familiares: "aqui aprendemos que não são apenas os nossos filhos quem precisa de apoio, que há outros na mesma situação que aqui encontram o que em mais nenhum lado se vê".

Salientando, enquanto mãe, o apoio que disse saber poder contar em momentos de "tristeza" quando precisa de "desabafar", Joana Vilela parte "tranquila" quando chega a hora de deixar o filho: "sabemos que os nossos filhos ficam bem e podemos ir tranquilos trabalhar".

Desde os 19 meses em sucessivos internamentos, o Rafael aprendeu a "reconhecer onde está bem" e hoje, testemunha a mãe, "sorri quando sabe que vai para o Kastelo", numa evolução que o faz sentir-se "uma criança feliz".

JYFO // LIL

Lusa/fim

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