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Dia um de Centeno ao leme do Eurogrupo. Que desafios tem pela frente?

Mário Centeno é oficialmente presidente do Eurogrupo a partir de hoje. Depois dos elogios, o responsável português sabe que terá um caminho difícil e intenso pela frente. Mas quais as funções de Centeno? Que desafios terá o Eurogrupo?

Dia um de Centeno ao leme do Eurogrupo. Que desafios tem pela frente?
Notícias ao Minuto

07:30 - 12/01/18 por Beatriz Vasconcelos

Economia Eurogrupo

Este é o primeiro dia de Mário Centeno à frente dos ministros das Finanças da zona euro. É o ponto de partida para uma viagem ao leme do Eurogrupo e também altura de por mãos à obra num caminho que se avizinha intenso.

A cerimónia de tomada de posse terá lugar na embaixada de Portugal em Paris, decorrendo no dia 22 a primeira reunião daquele fórum sob a sua presidência.

Os primeiros rumores sobre uma possível candidatura surgiram há já alguns meses, mas Centeno sabia que ainda tinha uma longa caminhada pela frente.

O ministro das Finanças português foi eleito a 4 de dezembro, numa segunda volta disputada com o luxemburguês Pierre Gramegna, depois de uma primeira ronda sem qualquer um dos quatro candidatos ter conseguido uma maioria simples.

"É uma honra [ser o novo presidente] devido à relevância deste grupo, à qualidade dos meus colegas e à importância do trabalho que temos de fazer nos próximos anos", declarou Centeno, quando foi eleito, sublinhando que esse trabalho "tem de ser feito por todos os membros que pertencem ao euro, Comissão, instituições europeias".

Centeno, que antes da eleição já tinha conquistado o favoritismo, isto após ter reunido importantes apoios, entre eles o da Alemanha, França, Itália e Espanha, sucede assim a Jeroen Dijssembloem - cujo mandato ficou marcado por algumas controvérsias, nomeadamente pelas críticas que deixou aos países do sul da Europa -, e prepara-se para dois anos e meio que, certamente, não serão fáceis.

Desafios no Eurogrupo

O Eurogrupo não é considerado um organismo formal, mas sim uma reunião na qual os ministros das Finanças dos países da zona euro discutem os assuntos que afetam, em particular, a região e adotam as medidas necessárias à sua resolução.

A reunião do Eurogrupo acontece normalmente uma vez por mês e antecede, por norma, a reunião do Ecofin, que é o encontro entre os ministros das Finanças da União Europeia.

São 19 membros no total, todos eles representantes dos países da zona euro e a função de Centeno é clara: criar consensos.

Uma agenda "intensa"

Na agenda do Eurogrupo já estão alguns pontos deixados por representantes dos países que utilizam a moeda única.

O presidente francês, Emannuel Macron, tem sido uma das vozes a pressionar a reforma da zona euro e a defender outras soluções, entre as quais a existência de um ministro das Finanças da zona euro capaz de gerir um orçamento que estabilize as economias, bem como regras orçamentais europeias simples e flexíveis. Portugal é um dos países que apoia estas ideias.

Centeno assume a liderança numa altura em que também será necessário concluir o programa de ajuda financeira à Grécia.

Esta semana, Centeno já se deslocou a Bruxelas para reunir com Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia para o Euro e o Diálogo Social. À saída do encontro, Centeno disse aos jornalistas que "correu bastante bem" e acrescentou que ambos exploraram a "agenda comum" que está em cima da mesa para os próximos meses, destacando que se trata de "uma agenda intensa, importante para a evolução futura da União Económica e Monetária" e que necessita naturalmente de consensos.

Notícias ao MinutoMário Centeno torna-se no terceiro presidente permanente na história do Eurogrupo © Reuters

Os alertas em Portugal

Quando foi eleito, Centeno recebeu bastantes elogios quer na Europa, quer em Portugal. No entanto, também houve espaço para alertas.

O PCP defende que a eleição não traz nada de positivo para Portugal, tendo já alertado que irá combater eventuais tentativas de o Governo acentuar restrições ao investimento público.

Já a líder do CDS, Assunção Cristas, disse, em declarações à SIC, que esta eleição "pode não ser positiva para o país", uma vez que é necessário um ministro das Finanças que "se ocupe" dos problemas dos portugueses.

"Tudo o que é bom tem um preço"

Este foi o alerta deixado pelo Presidente da República. Entre elogios e avisos, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "sendo bom para Portugal", tudo o que é bom tem um preço e Centeno não pode desviar-se das suas responsabilidades no país.

“Tudo tem um preço na vida, não se brinca em serviço. O Orçamento para 2019 e a execução para 2018 têm de corresponder à exigência de alguém que dá o exemplo no Eurogrupo. Há que continuar a ter muito juízo na linha definida e não ter aventuras”, disse Marcelo, também aquando da eleição de Centeno.

Este será o primeiro dia de Centeno e será também a primeira vez que um português preside ao Eurogrupo.

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