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Centeno no Eurogrupo: A vitória "simbólica" e a "ironia do destino"

Manuela Ferreira Leite fez questão de iniciar o seu comentário semanal na antena da TVI24 felicitando publicamente Mário Centeno pela eleição.

Centeno no Eurogrupo: A vitória "simbólica" e a "ironia do destino"
Notícias ao Minuto

22:34 - 07/12/17 por Pedro Filipe Pina

Política Ferreira Leite

Mário Centeno, ministro das Finanças de Portugal, é o presidente do Eurogrupo, o órgão oficioso que junta os ministros das finanças dos países da zona euro. E, para Manuela Ferreira Leite, há aqui uma vitória simbólica para o próprio e até para o Governo, mas também uma “ironia do destino” que toca a todos, da Esquerda à Direita, de forma diferente.

No seu espaço de comentário semanal na TVI24, Manuela Ferreira Leite afirmou que “há ali um aspeto que muito deve ter influenciado” a decisão e que ela valoriza, “que é o facto de ser uma pessoa técnica e cientificamente bem preparada”, algo que, tendo em conta o cargo de Mário Centeno, importa também, para lá da componente política.

“Acho que ele simboliza a alteração que tem havido na política” a nível europeu, disse de seguida.

“Há dois anos seria absolutamente impensável que a Europa - na sua rigidez, no seu dogmatismo, nas exigências que fazia - pudesse admitir a hipótese de um ministro que, se teve algum protagonismo, foi em ter imposto de alguma forma uma maneira de abordar a política (…) bastante contrária” ao que o Eurogrupo defendeu, precisamente sob a liderança do antecessor de Centeno, o ministro das Finanças holandês Jeroen Dijsselbloem.

“Houve uma alteração total [das políticas europeias]”, salientou a antiga responsável pela mesma pasta, defendendo de seguida a razão “que assustou” e que terá contribuído para a mudança: o Brexit.

“Não tenho dúvidas de que essa alteração é consequência do Brexit”, afirmou, explicando que “aquele caminho podia dar para a dissolução da União Europeia”.

Manuela Ferreira Leite lembrou ainda que “quando Centeno apresentou o seu projeto”, por altura do primeiro orçamento do atual Executivo, este “não foi totalmente aceite” na zona euro de então.

A comentadora explicou ainda que, do ponto de vista político “e externo”, isto não significa que na zona euro se reconheça por inteiro que políticas seguidas no passado foram erradas. Há, porém, “um caso de sucesso”, o português, que importa valorizar no atual momento da zona euro.

Já do ponto de vista interno, Manuela Ferreira Leite vê aqui “uma ironia do destino que tanto se aplica ao Governo como à oposição”, quer de Esquerda quer de Direita.

À Direita, a eleição de Centeno no Eurogrupo “é a anulação total do discurso” que apostava “no desastre” e “no descrédito”, adivinhando “a catástrofe” para o país.

À Esquerda, há uma “consagração de um ministro” que poderia ser “um obstáculo” a certas políticas, e logo por parte “de instituições que não aceitam”. “É tudo uma bizarria”.

Para o PS e o Executivo de António Costa há o facto de o Eurogrupo ser agora presidido por um ministro “de um país resgatado”, com políticas “a fugir àquelas regras muito rígidas”, e apoiado por uns partidos de Esquerda que realmente não têm nada a ver com orientação normal na Europa”.

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