Decisão dos EUA contestada em manifestações na Tunísia e na Jordânia
A decisão dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital de Israel foi hoje contestada por milhares de manifestantes em diversas cidades da Tunísia e centenas na capital da Jordânia, Amã.
© Reuters
Mundo Jerusalém
No centro da capital tunisina, Tunes, várias centenas de pessoas responderam à convocação dos partidos de esquerda e de grupos islâmicos e protestaram contra a decisão de Washington.
"Somos todos palestinianos" e "Trump amaldiçoado" foram algumas das frases de ordem entoadas pela multidão.
Entre 100 a 200 manifestantes tentaram dirigir-se até às instalações da embaixada norte-americana, mas foram impedidos pela polícia, segundo relatou um jornalista da agência noticiosa francesa France Presse (AFP) destacado no local.
Carrinhas da polícia foram colocadas em diversas artérias da capital tunisina e algumas estradas foram cortadas.
Em Sfax (centro-leste), a segunda cidade da Tunísia, cerca de mil manifestantes saíram para a rua em defesa da causa palestiniana.
"Com a nossa alma, com o nosso sangue, sacrificamo-nos pela Palestina", cantaram os manifestantes nas ruas de Sfax, segundo a AFP.
No parlamento tunisino, os deputados adotaram um texto a pedir "aos poderes árabes e muçulmanos" para que assumam a respetiva responsabilidade histórica para que a decisão de Washington não seja aplicada.
Também apelaram à participação de todos os tunisinos num grande protesto nacional agendado para sexta-feira, apelo que foi reforçado pela poderosa central sindical UGTT e pelo partido islâmico Ennahda, que integra a coligação governamental.
As manifestações contra a decisão de Washington também ocorreram na Jordânia, com as agências internacionais a relatarem que em Amã, junto da representação diplomática dos Estados Unidos, manifestantes queimaram fotografias do Presidente Trump e bandeiras norte-americanas.
"Nenhuma embaixada norte-americana em solo jordano" ou "Morte a Israel", gritaram os manifestantes na capital da Jordânia.
São esperados novos protestos em Amã após a oração de sexta-feira, o dia sagrado dos muçulmanos.
A Jordânia é o guardião dos locais santos muçulmanos de Jerusalém.
Outros protestos contra a decisão dos Estados Unidos ocorreram no mundo muçulmano, nomeadamente no Paquistão e na Turquia.
Donald Trump anunciou na quarta-feira que os Estados Unidos reconhecem Jerusalém como capital de Israel e que vão transferir a sua embaixada de Telavive para Jerusalém, contrariando a posição da ONU e dos países europeus, árabes e muçulmanos, assim como a linha diplomática seguida por Washington ao longo de décadas.
Os países com representação diplomática em Israel têm as embaixadas em Telavive, em conformidade com o princípio, consagrado em resoluções das Nações Unidas, de que o estatuto de Jerusalém deve ser definido em negociações entre israelitas e palestinianos.
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