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Ucrânia pede à Europa que "não aceite agressão russa como normalidade"

A Ucrânia acusou hoje a Rússia de promover uma "guerra real" contra a Europa e os seus valores no decurso de uma cimeira da OSCE e pediu ao ocidente para não aceitar a agressão russa como uma "nova normalidade".

Ucrânia pede à Europa que "não aceite agressão russa como normalidade"
Notícias ao Minuto

18:02 - 07/12/17 por Lusa

Mundo OSCE

"A agressão russa no Donbass (região do leste da Ucrânia) já matou mais de 10.000 pessoas", referiu o chefe da diplomacia ucraniana, Pavlo Klimkin, no decurso da cimeira de ministros da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) que decorre hoje e sexta-feira em Viena.

No seu discurso, e após advertir que "está a aumentar" o número de vítimas do conflito com os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, asseverou que "isto não pode ser 'uma nova normalidade' para a Europa".

"E quando os cidadãos ucranianos na Crimeia ocupada continuam a ser duramente reprimidos e a Rússia desafia as medidas ordenadas pelo Tribunal internacional de justiça, isso também não pode ser aceite como uma 'nova normalidade'", insistiu.

O chefe da diplomacia ucraniana denunciou ainda "a deterioração significativa dos direitos humanos na Crimeia e considerou que a "única forma de resolver" os problemas da península anexada por Moscovo em 2014 será o fim da ocupação russa.

O ministro considerou não ser adequado falar de "uma nova guerra fria", pelo facto de Moscovo "promover uma guerra real contra a Europa e os seus valores" com "tropas russas sem distintivos, mas com tanques e armas, em solo ucraniano".

No mesmo sentido, e durante a sua intervenção, o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, acusou a Rússia de instigar a violência no leste da Ucrânia, onde nas últimas semanas aumentaram as violações do cessar-fogo.

"Apesar de a Ucrânia estar a dar passos para cumprir as suas obrigações [do cessar-fogo], a Rússia não está a fazê-lo", considerou.

"Morreram mais civis [no conflito] em 2017 que em 2016. Em novembro as violações do acordo de cessar-fogo em Donetsk e Lugansk aumentaram 60%", afirmou Tillerson, que acusou a Rússia e "armar, treinar e lutar junto das forças antigovernamentais".

Por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, que hoje se deve reunir com Tillerson, tinha-se referido poucos minutos antes, no seu discurso, ao que qualificou como "temerária expansão" da NATO no leste da Europa e à instalação de um sistema antimísseis na Europa.

Segundo o ministro russo, estas decisões comprometem a ideia de uma "comunidade indivisível de segurança", que deveria ser o objetivo da OSCE.

Numa antecipação ao encontro com Lavrov, o chefe da diplomacia de Washington optou ainda por precisar que a crise da Ucrânia constitui o único tema que impede Estados Unidos e Rússia de forjarem uma relação mais próxima, argumentado que todas as restantes disputas são secundárias.

"A questão que permanece no caminho é a Ucrânia", disse Tillerson.

A Ucrânia está envolvida num conflito interno desde 2004 que opõe as forças governamentais aos separatistas pró-russos e que já terá provocado mais de 10.000 mortos. Kiev e os países ocidentais acusam a Rússia de apoio militar aos rebeldes, alegação que Moscovo tem desmentido.

Os acordos de paz assinados em Minsk em 2015 implicaram diversas tréguas, e terminaram com os combates generalizados. No entanto, o segmento político do acordo nunca foi aplicado, com os beligerantes a atribuírem responsabilidades mútuas pelo impasse.

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