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Rússia receia tensão gerada pela transferência da embaixada dos EUA

A Rússia manifestou hoje uma "séria preocupação" perante a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de transferir a embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém, afirmando que tal medida aumentará o clima de tensão entre palestinianos e israelitas.

Rússia receia tensão gerada pela transferência da embaixada dos EUA
Notícias ao Minuto

13:41 - 07/12/17 por Lusa

Mundo Jerusalém

"Moscovo encara com uma séria preocupação as decisões anunciadas por Washington. A nova posição declarada pelos Estados Unidos sobre Jerusalém ameaça complicar ainda mais as relações israelo-palestinianas e, em geral, a situação na região", referiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, num comunicado.

A diplomacia russa instou "todas as partes envolvidas a demonstrarem cautela e a evitarem ações que possam levar a consequências perigosas e incontroláveis".

"Devemos prestar uma especial atenção às garantias para que todos os crentes possam aceder livremente aos lugares sagrados de Jerusalém", sublinhou a mesma nota informativa.

Jerusalém é considerada uma cidade santa para cristãos, judeus e muçulmanos.

A diplomacia russa lembrou ainda que defende que Jerusalém, dividida entre ocidental e oriental, deve ser capital, tanto de Israel, como do futuro Estado palestiniano, cujo estabelecimento e reconhecimento são apoiados por Moscovo.

"Já anunciámos que vemos Jerusalém Oriental como a capital do futuro Estado palestiniano e Jerusalém Ocidental como a capital de Israel. Como participante ativo do Quarteto para o Médio Oriente [formado também pelos Estados Unidos, a União Europeia e a ONU] e membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, a Rússia vai continuar a apoiar os palestinianos e os israelitas na procura de um consenso", salientou o ministério russo.

A posição da Rússia, segundo acrescentou o mesmo comunicado, "inclui um acordo duradouro para a solução [do conflito] israelo-palestiniano, que garanta a existência pacífica e segura de Israel nas fronteiras reconhecidas internacionalmente e a realização do desejo do povo palestiniano de ter o seu próprio Estado independente".

Donald Trump anunciou na quarta-feira que os Estados Unidos reconhecem Jerusalém como capital de Israel e que vão transferir a sua embaixada de Telavive para Jerusalém, contrariando a posição da ONU e dos países europeus, árabes e muçulmanos, assim como a linha diplomática seguida por Washington ao longo de décadas.

Os países com representação diplomática em Israel têm as embaixadas em Telavive, em conformidade com o princípio, consagrado em resoluções das Nações Unidas, de que o estatuto de Jerusalém deve ser definido em negociações entre israelitas e palestinianos.

Oito dos 15 membros integrantes do Conselho de Segurança da ONU (entre os quais não está a Rússia) convocaram uma reunião de urgência deste órgão para analisar o anúncio de Trump e uma eventual resposta à decisão de Washington.

A reunião está prevista para sexta-feira.

A questão de Jerusalém é uma das mais complicadas e delicadas do conflito israelo-palestiniano, um dos mais antigos do mundo.

Israel ocupa Jerusalém leste (oriental) desde 1967 e declarou, em 1980, toda a cidade de Jerusalém como a sua capital indivisa. Os palestinianos querem fazer de Jerusalém leste a capital de um desejado Estado palestiniano, coexistente em paz com Israel.

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