Parceiros sociais começam hoje discussão sobre salário mínimo
Os parceiros sociais reúnem-se hoje com o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, para iniciarem a discussão sobre a atualização do salário mínimo para o próximo ano, com as centrais sindicais e confederações patronais a assumirem posições divergentes.
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Economia Reunião
Em cima da mesa estarão as propostas das centrais sindicais, com a CGTP a exigir 600 euros a partir de janeiro de 2018 e a UGT a reivindicar 585 euros como ponto de partida para a negociação.
Do lado do Governo, ainda não existe uma proposta formal, mas o valor que tem vindo a ser defendido e que está no programa do Governo é de 580 euros em 2018. Atualmente, o valor do salário mínimo é de 557 euros.
Do lado das confederações patronais, a CIP - Confederação Empresarial de Portugal já disse que está disponível para negociar, mas rejeita qualquer aumento que eleve o salário mínimo acima de 580 euros e exige contrapartidas para as empresas.
"Estamos disponíveis, como sempre estivemos, para discutir o salário mínimo, sabendo como sabemos que há uma proposta seguramente do Governo, honrando o compromisso que o PS tem com o Bloco de Esquerda, de apresentar para início de discussão os 580 euros. Estamos disponíveis para discutir esse valor", disse o presidente da CIP, António Saraiva na terça-feira, em Bruxelas.
Já a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) não avança valores e defende que o salário mínimo terá de ter em conta o crescimento da economia, a produtividade e a inflação, criticando a forma como está a ser conduzido o processo.
"Não percebemos que negociação é que o Governo quer fazer, uma vez que já existe um valor previamente definido, de 580 euros. Até podemos aceitar os valores que estão a ser falados, mas queremos perceber com que critérios foram apurados", disse o presidente da CCP, Vieira Lopes, à Agência Lusa.
Também o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Eduardo Sousa, disse esta semana discordar do aumento do salário mínimo para os 600 euros, reclamado pela CGTP, considerando a proposta uma "luta partidária alheia à concertação social".
A Comissão Europeia defendeu, na quarta-feira, que uma nova subida do salário mínimo em Portugal pode ter um impacto negativo no emprego de trabalhadores com baixas qualificações, considerando "crucial" a monitorização da situação.
A reunião da concertação social está marcada para as 14:30 e, além do salário mínimo, faz parte da agenda o ponto de situação sobre o Fundo de Compensação do Trabalho, destinado ao pagamento parcial (até 50%) das indemnizações por cessação do contrato de trabalho.
De acordo com o mais recente relatório de acompanhamento do acordo sobre a remuneração mínima, cerca de 728 mil trabalhadores portugueses recebiam, no primeiro semestre deste ano, o salário mínimo nacional, um aumento de 13,4% face ao mesmo período do ano passado.
Segundo o documento, os trabalhadores abrangidos pelo salário mínimo equivalem a 22,7% do total.
O Governo atualizou duas vezes o salário mínimo - para os 530 euros em 2016 e para os 557 euros em 2017 -, sendo objetivo assumido pelo Executivo continuar a subir o seu valor gradualmente até atingir os 600 euros em 2019.
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