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"A Europa não tinha os meios" para ajudar Portugal nos incêndios

O comissário europeu Carlos Moedas manifestou-se hoje satisfeito por a União Europeia passar a dispor de um "verdadeiro serviço de proteção civil" e argumentou que a Europa aprendeu uma lição com os incêndios em Portugal.

"A Europa não tinha os meios" para ajudar Portugal nos incêndios
Notícias ao Minuto

12:38 - 23/11/17 por Lusa

País Carlos Moedas

"Aquilo que a determinada altura se tirou como lição e se aprendeu com o que se passou em Portugal e se aprendeu a nível europeu, é que temos de estar preparados para o futuro para este tipo de desastres", disse Carlos Moedas.

Em declarações aos jornalistas em Coimbra, à margem do XXI congresso da Ordem dos Engenheiros, Carlos Moedas disse vivido "com muita angústia" os incêndios de junho e outubro em Portugal, angústia partilhada por Christos Stylianides, o comissário europeu da Ajuda Humanitária e Gestão de Crises - que hoje apresentou, em Bruxelas, o novo sistema europeu de resposta a catástrofe naturais.

"Queríamos ajudar, mas não conseguíamos", afirmou, justificando que "a Europa não tinha os meios".

O comissário Stylianides "passava o tempo a telefonar para outros países para se encontrar os aviões, as pessoas, a capacidade de ajudar", lembrou ainda Carlos Moedas.

O comissário português disse que com o novo sistema europeu, Bruxelas vai passar a ter meios próprios de Proteção Civil, como aviões de combate a incêndios, hospitais de campanha e bombas de água, entre outros meios técnicos, geridos pela Comissão Europeia e ao dispor dos estados-membros que deles necessitem em situação de catástrofe.

O novo sistema terá uma dotação orçamental a rondar os 280 milhões de euros e prevê ainda "mais incentivos" da Comissão Europeia aos estados-membros quando recebe pedidos de ajuda, além do pagamento do transporte de pessoas e equipamentos de um país para o outro que vigorava até agora.

"Decidiu-se que temos de pagar mais do que isto e também pagar os custos operacionais. Vamos dar um maior incentivo, porque, obviamente, se só estivermos a pagar o transporte não estamos a dar um grande incentivo para essa solidariedade e temos de criar esse incentivo", sustentou Carlos Moedas.

Questionado pela Lusa se o novo sistema vai também incluir meios humanos próprios, Carlos Moedas disse que a Comissão Europeia terá de ver se poderá ter meios humanos alocados a essas emergências, com base nos meios que existem nos estados-membros.

"Como nas Nações Unidas, os soldados que estão ali e sabem que podem ser chamados para intervir, nós temos que fazer essa gestão", afirmou, argumentando que a Comissão Europeia ainda vai "discutir os detalhes" da operacionalidade do sistema hoje apresentado.

Já sobre o local onde os meios serão centralizados, o comissário português disse que a Comissão Europeia ainda não decidiu em que sítio ou país "específico" irão ficar localizados, estando ainda por estipular, igualmente, o calendário da entrada em vigor do novo sistema.

"Vamos acelerar. Acho que ter conseguido fazer isto num mês foi extraordinário, muito poucas coisas se conseguem por de pé num mês nas instituições [europeias]", declarou.

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