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Muro de Silêncio: O "cibercrime" e a "mão cheia de nada"

O FC Porto, por intermédio de Francisco J. Marques, fez revelações que, como narrámos em capítulos anteriores, culminaram no conhecido Caso dos Emails. No entanto, as explicações oficiais não têm praticamente existido, comunicando as estruturas entre si, com o público e os adeptos, por intermédio das seus próprios canais televisivos. Este III Capítulo é, também, sobre a reação, ou ausência dela, a este caso.

Muro de Silêncio: O "cibercrime" e a "mão cheia de nada"
Notícias ao Minuto

08:20 - 23/11/17 por Andreia Brites Dias , Inês André de Figueiredo e Sérgio Abrantes

Desporto Caso dos emails

Neste momento, há um 'caso' a correr entre advogados, foram revelados vários emails, são conhecidos os principais intervenientes, e estão apontadas as possíveis consequências legais… Mas e as reações ou desmentidos? De que forma é que os nomes e ou organizações ‘implicados’ reagiram aos emails divulgados por Francisco J. Marques? Nomeadamente o Benfica? Pouco reagiram.

O Notícias ao Minuto começou a estabelecer 'nexo' no Caso dos Emails com um Primeiro Capítulo em que 'organizou' cronologicamente a divulgação dos emails. Seguiu-se o compacto com os principais intervenientes desses mesmos emails – previamente divulgados pelo diretor de comunicação do FC Porto –, dando a conhecer ainda um dos primeiros nomes a ser 'implicado' no caso: o ex-árbitro Adão Mendes. Entre consequências legais e a possível 'forma' de fuga dos mesmos, ainda há muito por explicar e por reagir.

Faltam reações concretas. Os dedos de uma mão chegam para contabilizar as palavras proferidas pelos visados relativamente a este caso, mas não chegam para contabilizar a falta delas. Ora vejamos.

Do "cibercrime" aos emails nunca negados 

O FC Porto, por intermédio de Francisco J. Marques, começou a divulgar, no mês de junho, emails trocados entre pessoas ligadas ao Benfica e outros organismos, com o objetivo de dar a conhecer um alegado esquema de corrupção na arbitragem portuguesa, montado pelas águias para seu proveito próprio.

Uma revelação que não resultou numa reação (imediata). O Benfica demorou dez dias para reagir a estas mesmas acusações, por intermédio de Luís Bernardo. Num programa transmitido pelo canal do clube, o diretor de comunicação questionou a forma como os emails foram obtidos... apontando  para a solução do problema enunciado: "cibercrime".

"Isto surgiu há duas ou três semanas e o Benfica de imediato requereu a abertura de um processo crime contra desconhecidos por violação de correspondência privada", esclareceu, garantindo que é um assunto a tratar pelo Ministério Público. 

Se os emails existem ou não, isso compete ao Ministério Público. Se são verdadeiros ou não, se estão descontextualizados

Mas pouco mais do que isso. Aliás, o Benfica não voltou a falar, oficialmente, sobre o tema até... novembro. A segunda pessoa a 'tocar no assunto' foi, precisamente, o presidente, cinco meses depois. Aproveitando uma grande entrevista - também à BTV - sobre os 14 anos de presidência do Benfica, Luís Filipe Vieira foi questionado sobre o referido assunto. 

"Não há, nem nunca haverá, corrupção no Benfica", garantiu. Tal como Luís Bernardo já tinha feito, o presidente dos encarnados voltou a falar em "crime" e a apontar o dedo à forma como, alegadamente, os emails foram obtidos por Francisco J. Marques. Porém, a verdade é que os emails nunca foram negados.

A resposta que chegou em forma de apito 

No decorrer desta semana, na última segunda-feira (20 de novembro), José Marinho, na BTV, denunciou um alegado esquema de "controlo da arbitragem por parte do FC Porto". Um esquema baseado na intimidação aos árbitros e suas famílias. Ao 'novo caso' chamou "Novo Apito Dourado". 

Nessa mesma revelação, o Benfica adiantou ainda que, alegadamente, o FC Porto mantinha influência sobre a Associação de Futebol de Braga (AF Braga), pelo seu vice-presidente do Monteiro da Silva. Marinho apontou ainda o dedo a dois árbitros: Luís e Vítor Ferreira. Essa mesma divulgação levou a um pedido de investigação por parte da FPF, tal como já tinha acontecido aquando dos primeiros emails divulgados por J. Marques.

Uma acusação que levou Manuel Machado, presidente da AF Braga, a avançar com uma queixa junto do Ministério Público. "O bom nome da associação foi posto em causa", disse o presidente do organismo. 

Luís Bernardo voltou a falar, também na última segunda-feira. O diretor de comunicação do Benfica referiu-se ao Caso dos Emails, garantindo que é " uma mão cheia de nada."

Contactado pelo Notícias ao Minuto, Luís Bernardo, diretor de comunicação do Benfica, não quis comentar o ponto de situação atual, remetendo o caso para a justiça e para as sociedades que vão 'lutar' pelo caso.

Uma 'tempestade' que já fez feridos

No centro de toda a turbulência criada, as vítimas, contudo, vão sendo conhecidas. Entre processos em tribunal e polémica em torno da verdade desportiva, Horácio Piriquito, que vamos conhecer numa outra peça mais adiante, demitiu-se do seu cargo na Federação Portuguesa de Futebol.

Em causa esteve a alegada troca de mensagens de emails do dirigente do conselho fiscal da FPF com Pedro Guerra, troca essa que terá exposto informação interna do organismo, antes de ela ter sido tornada pública.

Contudo, os 'feridos' não ficam por aqui. Entre as suspeitas levantadas, também os árbitros ameaçaram 'travar' o futebol português. Numa tomada de posição, a greve, em protesto, foi introduzida no campo de batalha. Apesar do adiamento do pedido de dispensa por 20 dias, cedência feita ontem, veiabilizando assim a realização da próxima jornada, nem por isso a ameaça de paralisação deixa de pairar.

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