Frente Sindical quer "forte adesão" dos professores à paralisação
A Frente Sindical de Docentes defendeu na terça-feira à noite que deve haver uma "forte adesão" dos professores à greve de hoje, referindo que a paralisação é importante para o processo negocial com o Governo.
© Lusa
País Docentes
"Os professores estão de parabéns pela força que deram aos sindicatos. Esta reunião não estava prevista e talvez não se realizasse se não fosse a pressão dos professores", disse à Lusa Júlia Azevedo, do Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE), depois de uma reunião com o Governo, na terça-feira à noite.
A Frente Sindical dos Docentes, que reúne oito sindicatos que representam professores de todo o país, refere que o processo negocial vai avançar na quinta-feira, com reuniões já agendadas.
"O Governo pretende recuperar o tempo de serviço dos professores em sete anos e não nos nove anos e quatro meses em que estivemos congelados. A informação que nos deram ainda é que o faseamento não será todo nesta legislatura, o que não é aceitável", defendeu.
A dirigente sindical explicou que o governo não quer contabilizar os anos entre 2005 e 2007 e defendeu que os professores devem aderir à greve.
"Os professores estão indignados e, por isso, vamos para a luta, esperando uma forte adesão. É muito importante a greve para o processo negocial", salientou.
O Governo anunciou na terça-feira que registou "avanços no sentido de um potencial acordo negocial" depois de reuniões com a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e a Federação Nacional da Educação (FNE).
"No seguimento das reuniões realizadas entre a secretária de Estado da Administração e Emprego Público, a secretária de Estado Adjunta e da Educação, a Federação Nacional dos Professores (FENPROF) e a Federação Nacional da Educação (FNE), o governo regista avanços no sentido de um potencial acordo negocial", refere em comunicado.
O Governo acrescenta que "foram exploradas possibilidades" que vão agora ser analisadas, com as reuniões entre as partes a serem retomadas na quinta-feira.
O secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, apelou para uma "greve histórica" de professores, após uma reunião de quase quatro horas com o Governo.
Segundo Mário Nogueira, o Governo não transigiu na questão que para os professores é fundamental, a contagem do tempo de serviço, que os professores exigem e o Governo não quer ceder.
A progressão na carreira dos professores está interrompida há uma década e, segundo a leitura feita pelos vários sindicatos, a proposta de Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) prevê que não seja contabilizado o trabalho realizado entre 31 de agosto de 2005 e 31 de dezembro de 2007 nem entre janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2018.
O secretário geral da Federação Nacional da Educação (FNE), João Dias da Silva, disse que os professores devem dar uma "resposta forte" na greve.
"Não evoluímos muito na reunião e ficou agendada uma nova reunião para a próxima quinta-feira. A principal novidade foi alguma abertura do Ministério da Educação para descongelar sete anos, mas para nós tem que ser os nove anos e meio", disse à agência Lusa João Dias da Silva.
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