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Fluxo migratório: ONU classifica de "desumana" a cooperação UE com Líbia

O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, denunciou hoje a deterioração das condições de detenção de migrantes na Líbia, classificando de "desumana" a cooperação da União Europeia (UE) com o país magrebino.

Fluxo migratório: ONU classifica de "desumana" a cooperação UE com Líbia
Notícias ao Minuto

18:31 - 14/11/17 por Lusa

Mundo Migrações

"A comunidade internacional não pode continuar a fechar os olhos aos horrores inimagináveis suportados pelos migrantes na Líbia", declarou Zeid Ra'ad Al Hussein, em comunicado.

O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos acrescentou que "a política da UE de ajudar a guarda costeira líbia a intercetar e expulsar os migrantes é desumana".

Zeid Ra'ad Al Hussein salientou que "o sofrimento dos migrantes detidos na Líbia", em centros de detenção tutelados pelo departamento líbio de luta contra a migração ilegal, "é uma indignidade para a consciência da humanidade".

Este apelo surgiu na sequência da decisão de melhorar as condições dos migrantes em centros de detenção da Líbia que o grupo da rota migratória no Mediterrâneo central - 13 nações, entre as quais a Líbia - tomou em Berna, na Suíça.

O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos denunciou ainda a ajuda prestada pela UE e a Itália à guarda costeira líbia para deter os migrantes no mar Mediterrâneo, "apesar das inquietudes manifestadas pelas organizações de defesa dos direitos humanos" sobre a situação dos migrantes na Líbia.

"As intervenções crescentes da União Europeia e dos seus Estados membros até agora não foram utilizadas para reduzir o número de abusos sofridos pelos migrantes", disse Zeid Ra'ad Al Hussein.

Em reação às críticas, um porta-voz da UE referiu á agência France Presse que Bruxelas pretende reforçar a capacidade da guarda costeira da Líbia para salvar vidas, assegurando que os migrantes sejam devolvidos a "centros de acolhimento que cumpram os padrões humanitários internacionais".

"Os centros de detenção na Líbia devem ser fechados e a situação nesses campos é inaceitável", acrescentou, observando que Bruxelas está a financiar atividades de proteção da ONU para migrantes na Líbia.

De acordo com dados do departamento da Líbia de combate à migração ilegal citados pela ONU, 19.900 pessoas estavam nesses centros no início de novembro, contra cerca de 7.000 em meados de setembro.

O aumento acentuado das detenções surge na sequência dos confrontos em Sabratha, cidade da Líbia ocidental, que se tornou a plataforma para a partida dos migrantes para a Europa.

De acordo com os últimos números da Organização Internacional para as Migrações (OIM), divulgados hoje, cerca de 157 mil migrantes e refugiados chegaram à Europa por mar desde 1 de janeiro (contra 341 mil no mesmo período de 2016), dos quais 75% a Itália.

Cerca de 3.000 morreram a tentar atravessar o mar Mediterrâneo com destino à Europa.

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