Queixas por violência sexual disparam em França em outubro
A França conheceu em outubro uma nítida alta de queixas por violência sexual, um fenómeno ligado à "libertação da palavra" no contexto da onda de choque mundial provocado pelo escândalo Weinstein.
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Mundo Crime
As queixas apresentadas por violência sexual, que denunciam casos de assédio sexual, agressão sexual e violação, aumentaram em outubro 30% no caso da 'gendarmerie' (mais 360 casos) e 23% (mais 445 casos) no caso da polícia, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo um levantamento disponibilizado hoje pelo Ministério do Interior.
A libertação da palavra teve "claramente um efeito" no número de queixas apresentadas nos serviços da polícia e 'gendarmerie', segundo uma fonte no Ministério do Interior.
A revelação no início de outubro do escândalo Weinstein, assim designado do nome do produtor de cinema norte-americano acusado por uma centena de mulheres de ataque sexual, provocou uma verdadeira onda de choque à escala internacional.
"É evidente que não há um aumento dos casos, mas sim das acusações. A palavra libertou-se. É inegável", considerou Maryse Jaspard, uma sócio demógrafa, que coordenou o primeiro inquérito em França sobre as violências sobre as mulheres (Enveff) realizadas em 2000.
Apenas 10% das vítimas de violação apresentam queixa e apenas um por cento dos violadores são condenados, segundo o Alto Conselho da Igualdade entre as Mulheres e os Homens.
O governo francês está a preparar para 2018 um projeto de lei contra a violência sexista e sexual. Uma concertação foi lançada junto dos atores do setor, como polícias ou magistrados, e os cidadãos estão convidados a contribuir para o futuro texto.
O aspeto mais debatido é uma verbalização do assédio de rua, esse "zona cinzenta" entre sedução e agressão sexual ou injúria pública.
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